Mangalitsa é o nome de uma raça de porcos muito rara, a qual permite que esses animais adquiram um crescimento incomum de pelos crespos sobre o corpo, semelhante a ovelhas. O velo é geralmente loiro, mas também pode ser preto ou até mesmo vermelho. A única outra raça de porco conhecida por ter um longo casaco de pelos é a agora extinta “Lincolnshire Curly Coat”, da Inglaterra. Desse modo, os porcos Mangalitsa são os únicos que apresentam essa característica peculiar.
A criação dos porcos Mangalitsa começou na década de 1830 no antigo Império Austro-Húngaro, depois que o arquiduque Joseph Anton Johann, sétimo filho do imperador romano Leopoldo II, recebeu alguns porcos de um príncipe sérvio e os cruzou com porcos Bakony e Szalonta. O Mangalitsa resultante do cruzamento apresentava pelos cacheados e uma forte tendência a ganhar peso. Inicialmente, a criação do porco era reservada apenas para a realeza, mas devido ao seu excelente sabor acabou se tornando tão popular que no final do século XIX já havia se espalhado para outras regiões da Europa.
A raça Mangalitsa não requer cuidados especiais e pode engordar muito facilmente. De fato, os porcos Mangalitsa são considerados os mais gordos do mundo, apresentando uma taxa de gordura que representa entre 65% a 70% do seu peso corporal. Sua carne é avermelhada, possui uma grande quantidade de gordura branca cremosa, é rica em ácidos graxos e é considerada por muitos a carne de porco mais saborosa do mundo.
Desde o início do século 19 até 1950, a Mangalitsa era a raça suína mais popular na Hungria. A gordura, o bacon e o salame eram produtos muito requisitados no mercado europeu e esses porcos costumavam dar conta do recado. A banha deles também era usada como gordura culinária e na produção de velas, sabonetes e cosméticos. Curiosamente, até mesmo lubrificantes industriais e explosivos já foram produzidos a partir dessa gordura valiosa.
Em meados da década de 1980, o interesse pela raça Mangalitsa foi renovado e em 1994 a Associação Nacional Húngara de Criadores de Porcos Mangalitsa foi criada para proteger a raça. Essa raça ainda é muito especial e limitada, mas atualmente está fora da zona de perigo de extinção.
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