Frequentemente ouvirmos falar em diversos tipos de câncer que costumam afetar várias partes do corpo, como os pulmões, a pele, os seios e até mesmo o cérebro. Isso leva muita gente a crer que praticamente todos os órgãos são de alguma forma vulneráveis ao desenvolvimento de células anormais que atacam o tecido saudável. No entanto, existe uma parte do corpo onde o câncer simplesmente parece não afetar: o coração. As doenças cardíacas são uma das principais causas de morte no Brasil, mas é muito difícil tomar conhecimento de algum caso envolvendo um suposto “câncer no coração”, o que levanta uma questão interessante: afinal, isso realmente existe?

De fato, o câncer no coração realmente existe, mas é extremamente raro. Para se ter uma ideia, estimativas apontam que esse tipo de câncer afeta apenas 50 pessoas em um milhão. Para entender por que o câncer no coração é tão raro, é importante saber primeiramente como o câncer cresce e se espalha. Tudo começa quando as células vão crescendo e se dividindo. No meio desse processo, uma mutação pode ocorrer, seja por fatores genéticos ou até mesmo ambientais. Essas células mutadas começam a crescer e a se dividir rapidamente em uma configuração desordenada, ignorando os sinais que poderiam impedir essa anormalidade. Eventualmente, esse crescimento desordenado acaba formando um tumor canceroso, que precisará ser destruído e removido.

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Ironicamente, os fatores que tornam o coração tão vulnerável às doenças cardíacas acabam tornando esse órgão muito menos vulnerável ao câncer. Isso ocorre porque a maioria das células musculares cardíacas, também conhecidas como miócitos, não podem se dividir e crescer como as células comuns. Essas células são tão organizadas e especializadas em suas funções que acabam apresentando muitos mecanismos e pontos de checagem que não permitem um retorno a um estágio inicial de imaturidade e de regeneração. Sem a capacidade de se regenerar rapidamente, é difícil para o coração reparar danos causados por problemas cardíacos, mas isso também não deixa a porta aberta para que as mutações se transformem em câncer.

Além disso, o coração também apresenta uma maior proteção aos fatores de risco externos. Isso o deixa menos exposto a substâncias cancerígenas, ao contrário dos pulmões, que são extremamente vulneráveis aos efeitos da fumaça, por exemplo. Também vale destacar que a grande maioria dos tumores no coração são benignos, o que facilita ainda mais o seu tratamento.

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