As Oirans eram cortesãs de alta classe na cultura Japonesa que surgiram no período Edo (1600-1898). A palavra orian é formada por dois kanjis, o primeiro significa flor e o segundo, líder. Durante o período Edo, surgiram diversas leis que restringiam bordéis e distritos murados, estes deveriam ficar distântes dos centros das cidades, ou seja, eram criados distritos que cresciam em torno do entretenimento e prazer. Em Edo – atual Tóquio – seu nome era Toshiwara, em Quioto o nome era Shimabara e em Osaka, Shimmachi. Nesses espaços viviam as Oirans que cresciam sob estrita hierarquia e eram treinadas para seu serviço.

Só eram oiran as mais belas e habilidosas, começavam ainda crianças quando seus pais as vendiam para bordéis comuns. As selecionadas eram treinadas para dançar, cantar ou tocar instrumentos, praticavam caligrafia, poesia e também deveriam ser muito estudiosas para poderem sustentar conversas sofisticadas. Dentro da hierarquia rígida tínhamos as tayū que eram as de status mais alto, sendo as únicas consideradas prontas para o daimyo – poderoso senhor de terras. Apenas os mais ricos e de status mais altos poderiam patrocinar as tayū.

quem foram oiran tricurioso

Como viviam em distritos fechados e isolados, as Oirans não acompanhavam as mudanças sociais e tinham para si grandes e rígidos rituais. As orientações e etiqueta seguiam os mais altos padrões, sua linguagem se manteve formal. Para ser atendido por uma oiran, não bastava querer. Era preciso fazer um convite formal quando as moças se uniam em uma procissão ritualizada e eram acompanhadas por empregados. As vestes dessas profissionais eram extremamente ornados e complexos, todos herdados das primeiras oirans, nos cabelos eram utilizados diversos alfinetes e pentes. A forma de entreter também era herança das primeiras que aprendiam todas as formas não apenas de entreter como de promover o prazer. Era preciso ter uma excelente forma física e ser muito flexível, assim como conhecer todas as posições.

Com o tempo, a cultura foi se tornando cada vez mais exclusiva e afastada, assim diminuindo os clientes dia após dia que começaram a preferir as gueixas que, por mais que não fossem profissionais do prazer, atendiam a todas as outras formas de entretenimento como dança e música. Além disso, era muito mais acessível estar com uma gueixa já que era permitido que houvessem visitantes casuais. As últimas oirans registradas datam de 1761 e ainda existem pouquíssimas mulheres que ainda atuam na arte das oiran, sendo hoje uma preservação de herança cultural ao invés de estilo de vida como as gueixas. Para diferenciar uma oiran de uma gueixa, basta ver onde está seu laço (chamado de obi). Se for para frente, é uma oiran, se for para trás, é uma gueixa.

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