Nesta segunda-feira (11) a Gol anunciou que suspenderá o uso do Boeing modelo 737 MAX 8 após os últimos acontecimentos. No Brasil, a empresa opera com 7 aviões deste modelo que voam em rotas para o Caribe, América do Sul e Estados Unidos. A partir das 20h desta segunda, a suspensão já está ocorrendo de forma legal e informada a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Esta decisão deriva dos dois graves acidentes que envolveram a aeronave nos últimos 5 meses.

Os acidentes

No dia 29 de Outubro de 2018 um Boeing 737 MAX 8 da empresa Lion Air sofreu um acidente após poucos minutos da decolagem e caiu no Mar de Java. Ele decolou do Aeroporto Internacional Soekarno-Hatta de Jacarta, Indonésia, e tinha como destino o Aeroporto Depati Amir em Pangkal Pinang, também na Indonésia. Nessa ocasião 189 pessoas morreram e segundo comunicado oficial, o avião tinha apenas três meses e o piloto e o co-piloto juntos somavam mais de 11 mil horas de voo. Informações preliminares afirmaram que havia uma falha no medidor de velocidade que pode ter contribuindo com o acidente. Então neste domingo, 10 de março, caiu o segundo Boeing 737 MAX 8 que voava pela Ethiopian Airlines de Addis Abeba a Nairobi, no Quênia. Após 6 minuto da decolagem, o avião caiu e acabou causando a morte de 149 passageiros e 8 tripulantes. Segundo a companhia, o avião estava sendo usado desde dezembro de 2018.

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O Boeing 737 MAX 8

Na tentativa de competir com o Airbus A320 que seria mais econômico que o Boeing 737 convencional, a Boeing lançou a linha MAX com o argumento de que as companhias aéreas não precisariam promover novos treinamentos para seus pilotos tendo em vista que a aeronave era a mesma que eles já conheciam, porém desta vez com um motor maior e mais econômico.

Um detalhe pouco informado era que os motores maiores poderiam causar problemas de estabilidade durante o voo, fazendo com que o nariz da aeronave ficasse apontado para cima. Caso isso ocorresse por muito tempo, o avião poderia entrar em estol – o momento em que o avião fica com ângulo de subida tão acentuado que pode causar falha na sustentação.

Para evitar esse acontecimento, a empresa alterou linhas de código de um dos sistemas de navegação para que o erro fosse corrigido automaticamente pela aeronave. Mesmo com esta mudança, as autoridades europeias e americanas compreenderam que seus pilotos não precisariam de um novo treinamento, entretanto no Brasil os treinamentos foram entendidos como necessários e promovidos aos pilotos antes de assumirem um voo no Boeing 737 MAX 8.

Provável causa das fatalidades

Após as tragédias ocorrerem foi começada a especulação da possibilidade dos aviões terem caído justamente por haver falhas neste sistema de sustentação novo. Além disso, também existe grande possibilidade dos pilotos que assumiram esses voos não estarem preparados para lidar com o novo sistema, assim causando o estol e queda do avião. Segundo afirmado pelo presidente da Ethiopian Airlines, o piloto disse que estava tendo dificuldades ao voar com a aeronave e que gostaria de voltar ao aeroporto. Após os controladores receberem o pedido, autorizaram a volta e o retorno a pista. Porém, não houve tempo para retorno e o avião caiu.

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Suspensão do uso

As perícias ainda estão estudando a causa de ambos os acidentes e não existem informações conclusivas, apenas especulações. Porém, é melhor prevenir do que remediar e diversas companhias aéreas já anunciaram a suspensão do uso da aeronave. Confira a lista:

China Southern Airlines, Air China, Hainan Airlines, Shanghai Airlines, Xiamen Airlines, Lion Air, Shandong Airlines, GOL Airlines, Shenzhen Airlines, Ethiopian Airlines, China Eastern Airlines, Lucky Air, Cayman Airways, Fuzhou Airlines, Kunming Airlines, Okay Airways, 9 Air, Garuda Indonesia e Comair.

Agora só nos resta aguardar mais informações para descobrirmos se a falha foi da Boeing, da falta de treinamentos ou de outro fator. E você, no que acredita? Comente!