Muito provavelmente você já deve ter ouvido falar em várias questões envolvendo a busca pela erradicação de doenças. A erradicação é a redução da prevalência de uma doença infecciosa na população global de hospedeiros para uma quantidade insignificante, sendo muitas vezes confundida com a eliminação, que descreve a redução de uma prevalência de doenças infecciosas em uma população regional a zero. A busca pela erradicação de doenças infecciosas sempre foi um tema importante na medicina, mas esse tema ganhou mais destaque no século passado, quando ocorreu o primeiro caso de erradicação de uma doença que você certamente já conhece: a varíola.
A varíola foi a primeira e é até hoje a única doença infecciosa nos seres humanos a ser erradicada por uma intervenção intencional. A varíola era uma doença debilitante e ocasionalmente fatal, sendo altamente contagiosa. Antes de 1980, a doença chegava a matar 3 de cada 10 pessoas infectadas, de acordo com o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos. No geral, a varíola causou a morte de centenas de milhões de pessoas antes de ser erradicada. Mas apesar do seu impacto devastador na população humana, a varíola não é mais considerada uma ameaça, graças a um esforço mundial de imunização que erradicou a doença em 1977.
A varíola era causada por um vírus que era transmitido pelo ar em gotículas de umidade espalhadas por espirros, tosse e fala. Ele também poderia ser transmitida ao tocar coisas que uma pessoa infectada havia tocado anteriormente, embora nunca tenha sido tão comum pegar o vírus dessa maneira. O período de incubação da varíola geralmente consistia de 12 a 14 dias, o que significa que uma pessoa pode não apresentar sinais de infecção por cerca de duas semanas. O que mais chama a atenção nos portadores da varíola é a grande quantidade de erupções que se formavam no corpo. Conforme a doença progredia, as erupções se tornam mais visíveis e as bolhas se desenvolviam. Oito a nove dias depois da infecção, as bolhas se desintegravam, dando origem a ferimentos cutâneos.
Estima-se que 300 milhões de pessoas em todo o mundo tenham morrido de varíola no século 20, de acordo com um relatório da BBC. Isso ocorreu porque a varíola tem uma taxa de fatalidade de cerca de 30% em indivíduos não vacinados, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Historicamente, o vírus era mais perigoso para as mulheres que estavam grávidas ou pessoas que tinham distúrbios imunológicos. A primeira imunização contra varíola foi criada por Edward Jenner em 1796. Mas foram necessários mais de 200 anos e um programa mundial de vacinação para erradicar a doença. O último caso natural conhecido de varíola foi diagnosticado em 26 de outubro de 1977, em Merka, Somália, de acordo com o CDC. A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a varíola erradicada em 1980.
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