Não é surpresa para ninguém o fato de que a Ford é uma das maiores e mais bem-sucedidas montadoras de carros do mundo. De fato, a Ford definiu o significado de locomoção para muitas pessoas com a sua visão de tornar os carros mais práticos e acessíveis. Para se ter uma ideia, a linha de montagem móvel e as técnicas de produção em massa que a empresa desenvolveu foram responsáveis em definir o padrão para a prática industrial mundial na primeira metade do século XX.

Mas assim como a maioria das empresas, a Ford começou como um negócio relativamente pequeno e nasceu através do sonho de um visionário morador de Detroit. Ao longo da sua trajetória, essa montadora teve que superar muitas lutas e passar por várias etapas repletas de mudanças para sobreviver até hoje. A seguir, você pode conhecer um pouco da história da Ford e descobrir como essa empresa conseguiu criar um novo conceito de transporte e locomoção.

Como tudo começou

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No dia 16 de junho de 1903, o engenheiro mecânico Henry Ford e um grupo de acionistas se reuniram em Detroit para assinar a documentação oficial necessária para criar uma nova corporação: a Ford Motor Company. Doze investidores foram listados nos formulários, que foram assinados, autenticados e enviados ao escritório do secretário de Estado de Michigan.

É importante destacar que Henry Ford já havia construído seu primeiro veículo movido a gasolina (que ele chamou de “Quadriciclo”) em uma oficina atrás de sua casa em 1896, enquanto trabalhava como engenheiro-chefe da fábrica principal da Edison Illuminating Company, em Detroit. De fato, ele até tinha feito duas tentativas frustradas de iniciar uma empresa para fabricar automóveis antes da criação da Ford 1903.

Por conta disso, Henry dizia que “o fracasso é simplesmente a oportunidade de começar de novo, desta vez com mais inteligência”. Vivendo com esse princípio, ele tentou novamente e fundou o que hoje conhecemos como uma das montadoras mais icônicas.

As primeiras produções e o sucesso arrasador do Model T

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Um mês depois da Ford Motor Company ter sido fundada, o primeiro carro da empresa foi montado em uma fábrica em Detroit. Nos primeiros dias da empresa, apenas alguns carros eram montados por dia e eles eram construídos manualmente por pequenos grupos de trabalhadores que montavam as peças feitas sob encomenda por outras empresas.

No entanto, o verdadeiro divisor de águas para a empresa foi a criação do carro Model T em 1908. Através desse veículo, a Ford conseguiu concretizar a sua missão inicial de produzir um automóvel acessível, eficiente e confiável para todos os públicos. De fato, a demanda por este carro era tão grande que a Ford foi obrigada a desenvolver novos métodos de produção em massa para fabricá-lo em quantidades suficientes para atender a toda demanda. Esses novos métodos incluíam a adoção de grandes fábricas de produção, o uso de peças padronizadas e intercambiáveis e a criação da primeira linha de montagem móvel do mundo.

Para se ter uma ideia, o sucesso desse carro era tão absurdo que, dentro de apenas uma década, o Model T correspondia a quase metade dos carros vendidos nos Estados Unidos. No fim das contas, tudo isso exigiu a construção de um enorme complexo industrial ao longo das margens do rio Rouge em Dearborn, Michigan. A nova fábrica combinava todos os componentes necessários para a produção de automóveis em grande escala, incluindo uma grande uma linha de montagem, fábrica de vidro e até uma usina siderúrgica.

O início do processo de internacionalização

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A primeira filial de vendas internacional da empresa foi aberta em Paris no ano de 1908. O sucesso das suas filiais internacionais acompanhava facilmente o ritmo de sucesso da sede americana, de modo que em meados de 1914, já havia mais de 500.000 carros da Ford nas estradas de todo o mundo. Em 1923, a empresa produzia mais da metade dos automóveis dos Estados Unidos, e no final da década de 1920, a Ford tinha mais de 20 fábricas de montagem na Europa, América Latina, Canadá, Ásia, África do Sul e Austrália.

Todo esse investimento teve um alto custo, mas ao mesmo tempo fez a Ford se tornar a marca de carro mais familiar do mundo em um período de tempo relativamente curto. Em 1927, o Model T foi substituído por um modelo mais novo, o Model A, seguido pelo primeiro Ford V-8 . Em 1938, a Ford introduziu o primeiro Mercury, um carro na faixa de preço médio, buscando atender os consumidores que procuravam um carro mais avançado que os modelos básicos, mas não tão caro quanto os de luxo.

A internacionalização da marca Ford só parou por um breve momento em 1947, quando Henry Ford veio a falecer aos 83 anos. Embora já não estivesse no comando central da empresa, Henry ainda era o responsável em buscar os melhores mercados através do seu espírito visionário. Após a sua morte, a direção da empresa ficou nas mãos de Henry Ford II, seu neto.

Fordlândia

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Pouca gente sabe, mas em 1927 a Ford adquiriru uma vasta área de terras adquiridas no Estado do Pará com o objetivo de criar um projeto denominado “Fordlândia”. O objetivo principal da empresa era usar Fordlândia para abastecer as fábricas da montadora com o látex necessário para a confecção de pneus para seus automóveis, que eram altamente dependentes da borracha produzida na Malásia.

No entanto, o projeto já havia nascido com um monte de problemas estruturais. Basicamente, a terra era infértil para a plantação de seringueiras e praticamente nenhum dos gerentes de Ford tinha qualquer tipo de experiência em agricultura nos países de clima tropical. Além disso, a área era altamente propícia ao surgimento de pragas agrícolas, capazes de dizimar plantações.

Por conta de todos esses problemas, Henry Ford II decidiu encerrar o projeto de plantação de seringueiras no Brasil logo após o falecimento do seu avô.

Anos difíceis e o risco de falência

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Nos anos 50 e 60, a Ford Motor Company continuou diversificando bastante a sua produção, algo que durou até os anos 80. No entanto, na década de 90 a empresa teve que voltar as suas atenções para os seus problemas financeiros.

De fato, para tentar equilibrar as contas por conta de crises financeiras, a Ford teve que começar a vender várias de suas marcas. Em 2007, a empresa vendeu a Aston Martin e no ano seguinte vendeu a Jaguar e a Land Rover para a Tata Motors Ltd., da Índia.

Em dezembro de 2008, o então presidente dos EUA, George W. Bush, anunciou um plano emergencial de socorro financeiro para ajudar algumas montadoras (incluindo a Ford) para evitar o colapso da indústria automobilística do país. Capaz de evitar a falência, a Ford experimentou um aumento de vendas e participação de mercado em 2009. O crescimento foi parcialmente devido a um plano do governo federal que fornecia mais crédito aos consumidores, além do esforço da empresa em substituir os carros mais antigos para novos modelos com baixo consumo de combustível.

Atualmente

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Nos últimos anos, a Ford tem adotado várias medidas de redução de custos e também têm concentrado seus esforços nas marcas adquiridas. Em 2016, a Ford Smart Mobility foi criada para desenvolver empreendimentos de compartilhamento de carros e veículos autônomos, entre outras iniciativas. No ano seguinte, a montadora anunciou que estava aumentando sua linha de carros elétricos.

Em 2018 a Ford anunciou que passaria a se concentrar principalmente em caminhonetes, SUVs e crossovers automáticos, indicando uma certa preferência pelo nicho mais esportivo do mercado.

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