Curiosidades

Os jogos de tabuleiro mais polêmicos da história

Quem não gosta de passar o tempo curtindo alguns bons jogos de tabuleiro, não é mesmo? Jogos clássicos como Banco Imobiliário, Risk, War e Jogo da Vida, por exemplo, são muito divertidos, promovendo bons momentos de diversão ao lado de quem a gente gosta.

No entanto, alguns jogos de tabuleiro fabricados ao longo da história fizeram com que as pessoas se divertissem com coisas bastante polêmicas, incluindo racismo, empreendimentos do mundo adulto e até o genocídio de judeus, coisas tão ofensivas que é até difícil de acreditar que jogos assim chegaram a ser vendidos. A seguir, você pode conferir uma lista com os jogos de tabuleiro que mais causaram polêmica na história.

5. Project Pornstar

“Project Pornstar”, ou simplesmente “Project P”, tem como objetivo fazer com que os jogadores se tornassem os produtores e diretores de seus próprios filmes pornôs. Na prática, as várias cartas do jogo representam os componentes do filme e as melhores combinações rendiam o maior número de pontos. Como o objetivo aqui é produzir um filme pornô, um conjunto de cartões representa os atores (homens, mulheres e até animais domésticos), enquanto outro representa objetos (como algemas, calcinha e até um pepino).

Ao longo do jogo, é possível usar um conjunto extra, as “cartas de ação”, que mudam ainda mais o enredo do seu filme. Além disso, se o “rosto” de um artista não atender às expectativas, você pode descartá-lo. Curiosamente, também existe um “cartão de AIDS”, para deixar o negócio ainda mais polêmico. Ou seja, não é um jogo muito recomendado para a diversão de toda a família, não é mesmo?

4. The Sinking of the Titanic

Este jogo da empresa Milton Bradley tem como objetivo fazer com que os jogadores andem por todo o tabuleiro para resgatar os passageiros das cabines do Titanic. Na prática, o jogador tem que escoltar todos os passageiros até os botes salva-vidas antes que o navio afunde, um ponto em que o jogo muda de enredo e exige que o jogador agora passe a procurar comida e água fresca por meio de cartas especialmente desenhadas. No decorrer do jogo, um navio de resgate eventualmente aparece e os jogadores devem correr para ele. O primeiro que chegar lá ganha o jogo, enquanto todos os outros simplesmente “morrem”.

“The Sinking of the Titanic” recebeu uma grande quantidade de críticas quando foi lançado em 1975, pois se tratava de uma clara retratação de uma das tragédias mais emblemáticas da história. Assim, a empresa lançou uma versão alternativa no Reino Unido no ano seguinte, mudando o título para “Abandon Ship”.

Esta nova versão era ambientada no Oceano Pacífico e o navio colidia com um recife de coral em vez de um iceberg. A mudança de nome custou à empresa o uso do famoso caso do Titanic como atrativo, mas como as pessoas não estavam exatamente ansiosas por um jogo que fizesse uma retratação de uma famosa tragédia, a mudança provavelmente foi a melhor escolha a se fazer naquele momento.

3. Blacks & Whites

“Blacks & Whites”, de acordo com a editora Dynamic Design Industries, foi lançado no mercado para “retratar a discriminação de raças através dos absurdos de viver em mundos com oportunidades diferentes, mesmo que os competidores joguem no mesmo tabuleiro”. No começo do jogo, os jogadores escolhem ser um “negro” ou um “branco”, de modo que as outras escolhas feitas ao longo do jogo determinam quem ganha a partida.

Os brancos, geralmente escolhidos pela maioria dos jogadores, começam com US $ 1 milhão e podem comprar propriedades em qualquer lugar do tabuleiro. Por outro lado, a minoria negra começam o jogo com apenas US $ 10.000 e não pode comprar muitas propriedades. De fato, as únicas propriedades que os jogadores negros podem comprar envolvem o “gueto interior”, o “gueto externo”, bairros “integrados inferiores” e “integrados superiores”. Só na reta final do jogo os negros são capazes de comprar “propriedades mais novas” e “propriedades mais valiosas”.

Fiel à vida dos Estados Unidos no anos 70, época em que o jogo foi publicado, “Blacks & Whites” foi projetado para fazer uma crítica aos problemas raciais da época, mas no fim das contas acabou gerando mais polêmica do que outra coisa. Na prática, acredita-se que o jogo tenha, de certa forma, “incentivado” ainda mais o preconceito que as crianças brancas tinham contra as negras, já que elas não queriam “perder a superioridade” representada no jogo. Que coisa, não?

2. Five Little Nigger Boys

Qualquer pessoa que tenha o mínimo de bom senso pode concordar que o uso descarado dos insultos raciais mais ofensivos na própria embalagem de um produto comercializado livremente deveria deixar qualquer um sem palavras. Pois bem, foi isso o que aconteceu com esse jogo de tabuleiro lançado em 1950 da Grã-Bretanha.

O termo “nigger” é um insulto racial que é geralmente direcionado a pessoas negras, sendo muitas vezes considerado o mais agressivo e pejorativo de todos. Já o jogo em si era composto por cinco peças que se assemelhavam a crianças africanas, juntamente com um pequeno rifle de que disparava rolhas de cortiça.

Caso você ainda não conseguir adivinhar, o único objetivo desse jogo era fazer com que os participantes abatessem os meninos negros a sangue frio. O primeiro jogador a abater uma quantidade predeterminada de peças ganhava o jogo (mas perdia toda a sua moral, obviamente).

1. Juden Raus

Sem muitas surpresas, a Alemanha Nazista se tornou um ambiente propício para a produção de vários jogos anti-semitas horrivelmente ofensivos. O mais notório desses jogos era o “Juden Raus”, publicado em Dresden em 1938 aproximadamente um mês depois da “Noite dos Cristais”, a noite de perseguição aos judeus que marcou a série de ventos que culminariam no Holocausto.

O jogo era bastante simples. O jogador lançava os dados e movia o seu bonequinho para as casas judaicas, onde era possível “capturar os judeus”. Então, o jogador devia escoltar seus judeus em direção a um “ponto de coleta”, para que eles pudessem ser banidos da cidade. O jogador que fosse o primeiro a conseguir “expulsar” seis judeus era considerado o vencedor inquestionável.

O mais incrível de tudo é que esse jogo não foi encomendado por Hitler e nem mesmo foi produzido pelos nazistas. Na verdade, “Juden Raus” foi fabricado por uma empresa privada alemã, de modo que até alguns dos próprios nazistas chegaram a criticar o jogo.

E você, já tinha ouvido falar em algum dos jogos de tabuleiro listados aqui? Compartilhe o post e deixe o seu comentário!

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Escrito por
Rômulo Silva

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