Seja através de filmes ou de programas jornalísticos, é bem provável que você já tenha ouvido falar em mísseis guiados. Basicamente, esses projéteis rastreiam a localização dos alvos em movimento no espaço através de métodos distintos, perseguindo-os e finalmente atingindo-os com precisão. Os sistemas guiados dos mísseis podem ser encontrados em vários tipos, pois servem a diferentes propósitos operacionais.

Os mísseis como um todo já existem há algum tempo. De fato, os humanos usam mísseis (de várias formas diferentes) há séculos. No entanto, assim como acontece com todo o resto, a tecnologia dos mísseis também tem melhorado bastante ao longo dos últimos anos. Nos campos de batalha da alta tecnologia de hoje, mísseis repletos de ogivas explosivas se tornaram verdadeiras armas devastadoras para exterminar alvos rapidamente e com incrível precisão.

Neste artigo, nós vamos analisar como os mísseis guiados funcionam e como eles conseguem seguir alvos em movimento mesmo em trajetórias não retas para atingi-los com uma precisão incrível. Você vai ver que por trás dessa tecnologia complexa existem conceitos relativamente simples.

Compreendendo os sistemas de orientação dos mísseis

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Um míssil usado para fins de guerra é basicamente uma bomba voadora que atinge seu alvo com uma grande taxa de precisão. Curiosamente, os primeiros mísseis produzidos pela indústria bélica eram simplesmente versões maiores e mais poderosas das balas tradicionais. Na prática, eles apenas seguiam uma trajetória relativamente reta para atingir o seu alvo, ou seja, eles não contavam com um sistema que pudesse “guiá-los”.

No entanto, tudo isso mudou graças ao desenvolvimento tecnológico, pois agora existem sistemas de orientação dedicados em mísseis que os fazem “perseguir” o alvo escolhido até que este seja abatido. Os sistemas de orientação consistem principalmente em três partes: navegação (para rastrear a localização atual do míssil), orientação (para direcionar o míssil para o alvo usando dados de navegação e informações sobre o objeto) e controle (para aplicar comandos de orientação no míssil).

De acordo com o “perfil” do alvo, os sistemas de orientação podem ser classificados em dois tipos: Go-Onto-Location-Space (GOLIS) e Go-Onto-Target (GOT). Embora os sistemas GOLIS sejam geralmente limitados a alvos estacionários ou quase estacionários, os sistemas GOT provaram ser altamente eficazes na derrubada tanto de alvos estacionários como de alvos móveis.

Agora, vamos dar uma olhada nos principais sistemas que estão sendo usados ​​atualmente para implementar um melhor controle na orientação espacial dos mísseis.

Sistema Line Of Sight (Linha De Visão)

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Geralmente chamado de sistema LOS, esse tipo de sistema de controle consiste em três componentes: um ponto de referência (geralmente uma estação de radar), um míssil e um alvo. Seu modo de operação também é bastante direto: a estação de radar rastreia o alvo continuamente (independentemente de ele estar se movendo ou não) e emite um sinal que leva o míssil ao alvo. Assim, se o projétil tiver combustível suficiente para atingir o alvo e manter uma velocidade relativa decente para permanecer na via, ele atingirá o seu objetivo.

Por outro lado, existe uma limitação bastante evidente nos sistemas LOS, que é o fato de que eles se tornam quase inúteis em situações em que o alvo passa a usar manobras evasivas. Como muitos dos alvos aéreos envolvidos em operações militaristas (como caças) são muito bons em escalar e mergulhar rapidamente, evitar os mísseis LOS acaba se tornando uma tarefa relativamente fácil para eles.

Além disso, você não gostaria de usar um míssil LOS para atingir um alvo que se aproxima diretamente do ponto de referência, pois isso o deixaria fora da capacidade operacional de fazer curvas cada vez mais apertadas para permanecer na pista do alvo.

Mísseis perseguidores de calor

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Nesse sistema, é instalado na cabeça do míssil algum tipo de sensor óptico infravermelho que rastreia e persegue o rastro de calor do alvo, que geralmente se resume ao calor emitido pelos jatos inimigos. Esse sistema é tão comum que você quase certamente já deve ter visto a implementação de tal tecnologia em algum filme de ação. De fato, esse sistema funciona de maneira bastante eficiente em cenários da vida real, tornando-o um dos sistemas de orientação mais usados em mísseis de todo o mundo.

O problema é que, embora o sistema de busca de calor seja bastante eficaz, ele ainda possui certas limitações. Por exemplo, um míssil que depende da transmissão do calor do alvo em movimento se torna inútil se a aeronave inimiga tiver implementado contramedidas (como refletores de calor) que interferem na operação do rastreador do míssil ao saturá-lo com informações falsas sobre sua posição.

Mísseis que buscam calor também perdem sua utilidade operacional se o “perfil” do alvo em potencial não for conhecido antecipadamente. Além disso, você corre um enorme risco de ferir civis ao disparar um míssil que persegue calor em uma área povoada, pois ele pode se equivocar e atingir um alvo não intencional. A falta de um “homem no circuito” nesse sistema também o torna propenso a ferir pessoas não envolvidas em combate.

Navegação proporcional

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Por último, temos a navegação proporcional, que é um sistema de orientação que se baseia no fato de que dois objetos podem colidir se as suas linhas de visão direta não mudarem à medida que o alcance for fechado. Para entender isso, considere o exemplo de dois carros se aproximando do mesmo ponto em duas direções diferentes. Se a velocidade relativa desses dois carros permanecer constante à medida que eles se aproximam do mesmo ponto, eles estão em rota de colisão e, portanto, destinados a colidir.

Em um sistema de navegação proporcional, o míssil permanece em uma trajetória com um ângulo de direção constante em relação ao alvo. Ao contrário do sistema de orientação de perseguição, esses mísseis não perseguem o alvo, mas apenas continuam se movendo em uma direção cuidadosamente calculada, mantendo o ângulo entre eles e o alvo em movimento inalterado e com uma velocidade constante para eventualmente atingir o alvo.

No entanto, uma das limitações de um sistema de navegação proporcional básico é sua incapacidade de lidar com um alvo em aceleração, ou seja, um alvo que não está se movendo a uma velocidade constante.

Desse modo, podemos concluir que todas as variantes de mísseis têm suas próprias vantagens e limitações. Portanto, quais mísseis devem ser utilizados nos campos de batalha depende de vários fatores, incluindo o tipo de alvo, a intensidade do combate, as características geográficas e outros aspectos práticos para garantir um ataque poderoso e com a máxima precisão.

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