Observar milhares de estrelas brilhando no céu noturno pode ser uma experiência muito gratificante, não é mesmo? De fato, quanto mais você olha, mais estrelas parecem surgir, o que acaba promovendo um espetáculo incrível. No entanto, qualquer pessoa com um certo conhecimento sobre a nossa galáxia e o universo sabe que, na Via Láctea, existem bilhões de estrelas, muito mais do que as poucos milhares que podemos ver a partir da Terra.

Além da nossa Via Láctea, existem mais de 150 bilhões de outras galáxias, cada qual agregando uma enorme quantidade de estrelas. Ou seja, tentar compreender esses números é uma tarefa quase impossível para os nossos conceitos relativísticos, de modo que a maioria das pessoas pensa no universo como um vazio infinitamente grande e sem fim.

Consequentemente, na maioria das situações do dia a dia, é comum imaginarmos o universo como algo que não tem um fim definido, mas será que isso é verdade? O universo é realmente infinito ou não?

Uma questão complicada

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Para início de conversa, a verdade é que ainda não temos uma resposta concreta para essa pergunta. O que é possível mensurar é que o Big Bang ocorreu a cerca de 13,8 bilhões de anos atrás, o que em tese significa que esta seria a idade do universo. No entanto, devido à expansão aparentemente acelerada de todos os cantos observáveis ​​do universo, a luz mais distante que conseguimos detectar é de aproximadamente 46 bilhões de anos-luz em todas as direções.

Na prática, isso significa que, de acordo com os conhecimentos atuais, podemos concluir que o universo tem pelo menos 92 bilhões de anos-luz de diâmetro. Ele até pode ser muito maior que isso, mas o fato é que ainda não temos como saber ao certo, até porque a luz além dessa “borda universal” ainda não teve tempo suficiente desde o Big Bang para alcançar a Terra ou nossos satélites observacionais no espaço.

Essa questão torna-se ainda mais complicada por conta das ideias que a maioria das pessoas tem sobre o que o universo realmente é e como ele se formou. Muitas pessoas pensam no Big Bang como um completo vácuo sem energia ou matéria que repentinamente sofre uma expansão maciça, expelindo matéria e energia a velocidades inconcebíveis, que eventualmente formaram todos os aglomerados de galáxias, nebulosas, estrelas, planetas e luas que conhecemos hoje.

O problema é que essa é uma perspectiva simplificada do Big Bang. A chave para entender o mistério que envolve a expansão do universo pode ser levar em conta o fato de que ele não começou a partir de um único ponto que afetou o resto do “espaço”. Na verdade, todo o espaço estava envolvido no Big Bang, que havia sido comprimido anteriormente em uma densidade quase infinita, surgindo a partir daí a tese de que o universo também seria infinito.

Matéria, densidade e expansão

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É geralmente aceito que nos primeiros instantes do universo após o Big Bang, o volume e a densidade da matéria eram um tanto uniformes, mas assim que o resfriamento e a diferenciação dos átomos teve início, áreas de acumulação de massa e áreas de espaço vazio se tornaram mais definidas.

Desse modo, todas as energias e matérias começaram a se expandir à medida que se afastavam na velocidade da luz, afastando-se de todo o resto. Da mesma forma, o espaço vazio entre os objetos também estava se expandindo (geralmente mais rápido que a velocidade da luz). É por isso que podemos detectar uma luz a 46 bilhões de anos-luz de distância, mesmo que o nosso universo só exista em sua forma atual por 13,8 bilhões de anos.

Em outras palavras, isso poderia sugerir que existe um “lado de fora” no universo, como se alguém pudesse teoricamente sair e depois observar o universo de fora do sistema. No entanto, não temos evidências que indiquem que esse “exterior” realmente exista, o que constitui um forte argumento para a teoria do universo infinito.

Então, existe a possibilidade do universo ser “infinito”?

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A ideia de qualquer coisa ser “infinita” é muito difícil para a mente humana compreender. Nossa existência é inerentemente definida por limites e limitações, de modo que um número “infinito” de possibilidades acaba se tornando algo praticamente inconcebível. No entanto, se levarmos em consideração a ideia de que o universo é infinito, há uma probabilidade (por menor que seja) de que o mesmo arranjo exato de átomos e moléculas exista em outro lugar.

Em outras palavras, isso poderia indicar um lugar onde esses mesmos arranjos de átomos e moléculas são capazes de formar uma outra Terra, com vida que evoluiu da mesma maneira, significando também que poderia haver um outro lugar nesse universo infinito onde um outro “você” existe. Isso pode parecer coisa de ficção científica, mas é um pensamento muito comum em discussões que envolvem a suposta infinidade do universo.

Alguns teóricos e astrofísicos, incluindo Einstein, tentaram determinar uma “forma” para o universo, particularmente depois que Einstein teorizou que tempo e espaço podem ser distorcidos.

Uma palavra final

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Com tudo o que foi apresentado aqui, podemos concluir que ainda não há evidências claras ou definitivas de que o universo seja finito ou infinito, embora haja alguns argumentos intrigantes e teorias que oferecem propostas interessantes para ambos os lados.

No entanto, a principal coisa que intriga sobre esse mistério é que, devido à natureza do universo, talvez nunca encontraremos verdadeiramente a resposta para essa questão. De fato, discussões sobre o Big Bang, o tamanho e a forma do universo, o potencial para multiversos, energia escura, matéria escura e dezenas de outros assuntos enigmáticos continuam a envolver e fascinar especialistas que passam a vida investigando as estrelas.

Geralmente, tanto cientistas quanto acadêmicos gostam de respostas firmes e quantidades mensuráveis, mas quando passamos a falar sobre a maior escala concebível (nesse caso a totalidade do universo), essas respostas definitivas costumam ser ilusórias ou impossíveis de serem comprovadas. Sendo assim, enquanto a busca pela verdade segue o seu rumo, os humanos podem precisar aceitar o fato de que alguns mistérios não são tão fáceis de serem resolvidos.

Uma pergunta aparentemente simples, mas com muitas complexidades envolvidas, não é mesmo? Compartilhe o post e deixe o seu comentário!