Curiosidades

Qual a diferença entre sexo e gênero?

Nos últimos anos, houve muita conversa sobre gênero e sexo, pois com o mundo moderno e progressivo em que vivemos agora, as ideias mais flexíveis sobre a identidade de gênero estão começando a florescer em todo o mundo. De fato, séculos de tradição social estão agora sendo analisados por essas ideias, o que torna ainda mais importante entender a diferença entre ambos os termos.

Por um longo tempo, as palavras “gênero” e “sexo” foram usadas de forma intercambiável (com o mesmo propósito), mas o fato é que esse não é o jeito correto de abordar ambas as palavras. Então, para aqueles que querem progredir com os tempos e abraçar todo o espectro da identidade humana, surge uma pergunta comum: qual é a diferença entre sexo e gênero?

Compreendendo o conceito de “sexo”

Basicamente, o termo sexo refere-se a certas características biológicas dos seres humanos que geralmente incluem cromossomos, órgãos sexuais internos e externos e atividades hormonais dentro do corpo. Ou seja, quando usamos o termo sexo, o que realmente estamos comentando é a diferença entre “masculino” e “feminino”, cientificamente falando. Portanto, o sexo de um indivíduo é baseado na genética, tornando muito mais difícil a sua mudança.

Para aqueles que precisam de uma rápida recapitulação da genética humana, homens e mulheres possuem 46 cromossomos, assim como dois cromossomos sexuais. As mulheres têm dois cromossomos X, enquanto os homens possuem um cromossomo X e um cromossomo Y. É esse cromossomo Y nos homens que faz com que os testículos se formem (até porque o cromossomo Y é dominante). Consequentemente, essa diferença nos cromossomos também causa a variação de hormônios encontrados no corpo masculino.

Por sua vez, as mulheres adquirem níveis muito mais altos de estrogênio e progesterona, que estimulam o corpo a desenvolver características sexuais primárias e secundárias, como mamas, menstruação, etc. Os homens, por outro lado, têm níveis muito mais altos de testosterona, o que ajuda o corpo a desenvolver características sexuais masculinas (voz grave, pelos, tamanho e força muscular) juntamente com a produção de espermatozoides.

Esses fatores geneticamente controlados resultam em diferenças fisiológicas e biológicas entre os sexos, mas não é aí que a história termina. Isso ocorre porque, devido à natureza infinitamente imprevisível da vida, algumas mulheres nascem com um cromossomo Y, enquanto que alguns homens podem ter 2 ou até 3 cromossomos X. Por conta disso, os chamados “seres humanos intersexuais” apresentam características sexuais tanto de homens quanto de mulheres, o que inclui várias condições mais específicas, incluindo o hermafroditismo.

Compreendendo o conceito de “gênero”

Ao contrário do “sexo”, o gênero não tem base científica, embora seja afetado pelas características biológicas e fisiológicas que exibimos como “homens” e “mulheres”. Em vez disso, o gênero é baseado nas construções sociais e sistemas de crenças que lidam com masculinidade e feminilidade ao longo da vida do ser humano.

Desse modo, a identidade de gênero à qual a maioria das pessoas adere é geralmente imposta inconscientemente a partir do seu nascimento. Na prática, podemos ver os conceitos de gênero nas cores atribuídas às crianças (azul para meninos, rosa para meninas), no comprimento comum de nossos cabelos (homens com cabelos curtos e mulheres com fios mais longos), nos brinquedos com os quais brincamos, nos empregos que aspiramos e até mesmo nos comportamentos e interesses que devemos adotar “porque é o certo”.

No entanto, a verdade é que homens e mulheres têm muito em comum. Todos os principais sistemas de seus corpos funcionam de maneira muito semelhante, tanto que as diretrizes de saúde, prevenção, cuidados de doenças e até mesmo os transplantes de órgãos são guiados sob um guarda-chuva de diretrizes compartilhadas.

De fato, ao longo da história, os papéis de gênero foram postos em prática com base em construções sociais, sendo que a força dessas tradições às vezes pode ser chocante. No entanto, ainda hoje no mundo moderno, a mudança de papéis e identidade de gênero é vista com grande oposição. Alguns países ainda aderem firmemente às antigas atribuições de gênero, como as mulheres sendo subservientes aos homens, mas os direitos desiguais entre os sexos é um assunto cada vez mais discutido, especialmente no mundo ocidental.

A construção das características de gênero ao longo dos anos

Se analisarmos a história, poderemos identificar facilmente que certas características de identificação de gênero mudaram ou até mesmo se reverteram completamente, o que é uma evidência de que o gênero é completamente fluido e pode ser usado para destacar a individualidade e a escolha pessoal. Bons exemplos disso incluem saltos altos, maquiagem, perucas e a cor rosa, pois todas essas coisas foram originalmente associadas à masculinidade e ao gênero “masculino”, embora agora sejam amplamente adotados pelo gênero “feminino”.

A origem do salto alto, por exemplo, remonta ao século 16, quando os soldados os usavam para ajudar a deixar os seus pés encaixados nos estribos acoplados às selas dos cavalos. Curiosamente, os sapatos de salto também foram bastante utilizados entre os aristocratas e membros da realeza em muitas partes do globo. Na prática, eles usavam os saltos para parecerem mais altos e formidáveis, além de manter as suas vestes longe da sujeira.

Uma palavra final

Para resumir, muitas pessoas acreditam que “sexo” é determinado pela natureza, enquanto “gênero” é determinado pela criação, mas até mesmo essa classificação é muito binária. O sexo afeta o gênero, mas nenhuma dessas qualidades em uma pessoa é uma definição concreta sobre a sua essência comportamental, o que permite a oportunidade de escolha e mudança pessoal de cada pessoa.

Além disso, por causa de todos os fatores mencionados a respeito dessa questão envolvendo sexo e gênero, a ideia de ser um “homem de verdade” acabou criando um certo culto à masculinidade, o que não é um padrão saudável para forçar aqueles que sentem ou pensam de maneira diferente. Da mesma forma, a ideia de ser uma “boa mulher” sempre esteve associada (particularmente no passado) a regras de feminilidade que resultaram em algum tipo de opressão prática ou psicológica por séculos.

Por último, vale destacar que a pessoas gênero-fluido não se identificam como tendo um gênero fixo. Assim, embora essas pessoas não subscrevam as distinções convencionais de gênero, elas não se identificam com alguma, com ambas ou até mesmo com nenhuma combinação de identidades de gênero envolvendo os espectros masculino e feminino.

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