Jesus foi sepultado em Jerusalém, correto? Bem, há quem acredite que o Messias foi sepultado no Japão! Embora Jesus e a Terra do Sol Nascente possam parecer ter poucas ligações entre si, milhares de pessoas visitam todos os anos a vila de Shingo, no norte do Japão, para prestar homenagem a um simples monte com uma cruz de madeira, protegida por uma cerca de piquete que diz ser o local de sepultamento de Jesus.

De acordo com os costumes da época, os ossos de Jesus foram coletados, embrulhados, cremados e enterrados no suposto monte que é considerado seu túmulo. Além disso, é comumente dito que outro monte próximo do suposto túmulo de Jesus recebeu a orelha do irmão de Cristo e uma mecha de cabelo de Maria, a mãe do Messias.

Mas, como ele terminou ali e não a Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém? Bem, segundo os moradores da vila, Jesus tinha interesse em “virar japonês” desde jovem. A história local diz que “Jesus foi ao Japão aos 21 anos para estudar teologia e buscar o conhecimento da divindade”, segundo a Revista Smithsonian. Isso supostamente aconteceu durante os chamados “anos perdidos”, um período de 12 anos da vida de Cristo que não é contabilizado no Novo Testamento.

A suposta vida de Jesus no Japão

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Túmulo de Jesus Cristo em Shingo.

A história fica ainda mais bizarra ao dizer que, depois de passar um tempo em território japonês, Jesus decidiu viajar de volta à Judéia. Lá, a história se diferencia um pouco da versão bíblica, mas traz uma reviravolta muito chocante: de fato, um homem foi crucificado pelos romanos, mas não foi Jesus. Segundo a história de Shingo, seu “irmão mais novo”, Isukiri, foi o rapaz colocado na cruz naquele dia.

Então, o “Jesus japonês”, seguiu o caminho de Shingo, onde viveu seus últimos dias como agricultor de arroz e alho. Ele era conhecido como Daitenku Taro Jurai entre os moradores locais. O que chama a atenção é que, aparentemente, ele suportou temperaturas extremamente baixas ao passar pela Sibéria. Outro fato curioso é que, segundo a história, ele se casou com a filha de um fazendeiro chamada Miyuko, teve três filhas e morreu aos 106 anos.

Quais são as evidências dessa história de Jesus em Shingo?

Escadaria do túmulo de Jesus Cristo em Shingo

Escadaria do túmulo de Jesus Cristo em Shingo.

Por incrível que pareça, existem vários registros escritos sobre isso, embora a maioria das pessoas acreditem que não passa de uma lenda por motivos óbvios. Essa história costuma ser relacionada aos documentos Takenouchi, com mais de mil anos, transcritos em japonês e chinês por Takenouchino Matori. De acordo com as transcrições modernas, os documentos de Takenouchi descrevem a história de todas as nações na “Era Divina”.

Redescobertos ao longo do século 20 e analisados por arqueólogos na década de 1930, esses documentos formam uma “obra antiga verdadeiramente imensa e notável”, de acordo com o site Ancient Pages, “transmitida através da linhagem da família Takenouchi, sendo o chefe da família o principal sacerdote do santuário Koso Kotai Jingu.”

Esses documentos abrangem vários tópicos, mas o conteúdo de maior interesse é indiscutivelmente o relacionado a Cristo. É aqui que detalhes da vida de Jesus como um estudioso japonês e o fim do irmão Isukiri foram imortalizados por séculos. Obviamente, o ceticismo sobre os pergaminhos é abundante. Estudiosos dizem que esses documentos não contam apenas a história de como Jesus foi ao Japão, mas também falam de ancestrais humanos que “chegaram do espaço sideral”, o que confere aos documentos um tom fantasioso, difícil de levar a sério.

Alguns ainda apontam para uma conexão entre o Japão antigo e Israel. Antigos proprietários de terras, os Sawaguchis (uma família de produtores de alho), sempre foram pessoas de grande interesse, não apenas por ter a suposta sepultura de Jesus em seu território. Sanjiro Sawaguchi, por exemplo, chamava a atenção por seus impressionantes olhos azuis. Desse modo, para alguns, isto seria uma prova de que ele poderia ser descendente do Filho de Deus.

Qual o impacto do suposto sepultamento de Jesus no turismo de Shingo?

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Placa levada a Shingo pelo embaixador israelense Eli Cohen.

Por razões óbvias, toda essa história de Jesus no Japão costuma ser considerada mais uma parte do folclore de Shingo do que um fato necessariamente histórico. De fato, a vila até estreitou laços com autoridades de Israel por conta disso.

Em 2004, o embaixador israelense Eli Cohen visitou os túmulos e dedicou uma placa em hebraico para honrar os laços entre Shingo e a cidade de Jerusalém. O porta-voz da embaixada Gil Haskel explicou que, embora as tribos hebreias pudessem ter migrado para o Japão, o marcador era meramente “um símbolo de amizade, não um endosso das reivindicações locais sobre a vida de Jesus”.

Shingo continua a atrair visitantes até os dias de hoje, curiosos para saber mais sobre “as aventuras de Cristo em solo japonês”.

Bizarro, não é mesmo? Compartilhe o post e deixe o seu comentário!