A prisão federal na ilha de Alcatraz, localizada na costa de San Francisco, no estado americano da Califórnia, foi inaugurada em 1934. Até o encerramento de suas atividades quase três décadas depois, Alcatraz era especialmente reservada para alguns dos criminosos mais cruéis. Desse modo, a vida em Alcatraz não se resumia apenas a confinamento e punição, mas também contava com uma rotina de disciplina.
Os prisioneiros mais famosos da história de Alcatraz incluíam Al Capone, George “Machine Gun” Kelly e Robert Stroud (mais conhecido como “Birdman of Alcatraz”), sendo que todos eles enfrentaram condições rígidas, disciplinas rigorosas e isolamento extremo no local. Ou seja, ficar preso em Alcatraz significava que existiam poucas oportunidades de interagir com outras pessoas, muito menos com o mundo exterior.
Para entendermos melhor o funcionamento dessa antiga penitenciária, nós abordaremos alguns tópicos que abrangem como era a vida dos prisioneiros detidos em Alcatraz.
Havia uma regra de abrigar apenas um preso por cela
Os prisioneiros de Alcatraz, que tinha capacidade para cerca de 330 homens, viviam em células individuais. Isso permitia segurança e privacidade, até porque, por incrível que pareça, alguns presos federais chegavam a solicitar pessoalmente o encarceramento em Alcatraz.
As celas eram divididas em blocos, sendo que os blocos B e C alojavam 336 células que mediam 1,5 m por 2,74. O bloco de células D era reservado para os prisioneiros em confinamento solitário. Embora essas celas até fossem um pouco maiores, os presos detidos por lá passavam 24 horas por dia encarcerados.
As únicas vezes em que os presos do bloco D deixavam as suas celas eram para visitas semanais ao pátio de recreação. Já o bloco A, a parte mais degradada de toda a instalação, nunca chegou a ser usado para abrigar prisioneiros por um período de tempo significativo.
Os prisioneiros tinham apenas quatro direitos
Direitos e privilégios em Alcatraz eram coisas bastante diferentes. Todos os presos tinham apenas quatro direitos básicos: roupas, comida, abrigo e assistência médica. Qualquer coisa além disso tinha que ser “conquistada”.
Quando um prisioneiro chegava a Alcatraz, ele era enviado para o vestiário. Uma vez lá, ele era despojado do que estava vestindo e enviado para os chuveiros, recebendo posteriormente um uniforme estampado de configuração padrão. Enquanto estavam no vestiário, os prisioneiros também eram submetidos a um exame médico superficial e eram revistados.
Os presos recebiam três refeições por dia e visitavam o pronto-socorro quando necessário. Al Capone, por exemplo, passou algum tempo no hospital para tratar de sintomas relacionados à sífilis. Além de primeiros socorros e outros cuidados médicos, o hospital de Alcatraz também prestava serviços odontológicos e psiquiátricos. Até a década de 1950, havia um médico residente em Alcatraz, mas os cortes no orçamento levaram ao uso de médicos contratados que visitavam a prisão em ocasiões esporádicas.
Curiosamente, o hospital de Alcatraz também servia como um lar permanente para alguns prisioneiros. O “Birdman of Alcatraz”, Robert Stroud, passou 11 de seus 17 anos em Alcatraz no hospital da instalação. Isso ocorria, em grande parte, porque ele sofria de graves problemas nos rins, mas também tinha a ver com o fato de que Robert era considerado um homem perigoso e precisava ser mantido longe dos outros prisioneiros.
Os prisioneiros tinham a oportunidade de tocar na banda da prisão
A banda de Alcatraz, chamada “Rock Islanders”, era formada por presos que tinham o privilégio de aprender a tocar vários instrumentos. Ao longo do tempo, houve inúmeros prisioneiros, incluindo Al Capone, que imploravam para se juntar à banda. Segundo uma carta que Capone escreveu a seu filho enquanto estava em Alcatraz, ele chegou a aprender a tocar um violão tenor e depois um banjo tenor. Supostamente, ele conseguia tocar mais de 500 músicas!
A banda geralmente tocava no refeitório, com apresentações de domingo e eventos especiais. A própria banda era, nas palavras de um ex-guarda chamado George Gregory, “um conjunto de pessoas cujas habilidades se assemelhavam às de um bando de crianças da quarta ou da quinta série, mas que fazia maravilhas para a auto-estima dos seus membros”.
Os presos até podiam comprar instrumentos musicais, mas de acordo com os regulamentos emitidos em 1956, só podiam praticá-los entre as 17:30 e as 19:00. Nenhum acompanhamento de canto ou assobio era tolerado e qualquer instrumento tocado em local não autorizado poderia ser confiscado e o preso infrator recebia uma punição disciplinar. Curiosamente, as cordas dos violões também eram reguladas, de modo que cada conjunto tinha que ser entregue ao oficial da cela para ser analisado.
Os presos trabalhavam durante a maior parte do dia
Trabalhar em Alcatraz era uma maneira bem-vinda de passar o tempo. Prisioneiros que não ficavam sob isolamento solitário poderiam trabalhar em uma variedade de empregos na lavanderia, cozinha, queima de lixo, manutenção das docas ou tarefas semelhantes.
Empregos em locais como a lavanderia e a fábrica de madeira permitiam aos prisioneiros deduzir dois dias de suas sentenças por cada mês trabalhado durante o primeiro ano. Durante o segundo ao quarto ano, eram quatro dias. Durante o quinto ano e todos os anos subsequentes os presos ganhavam cinco dias de dedução por mês.
Os prisioneiros chegavam aos seus respectivos locais de trabalho às 7h20. Eles recebiam um período de descanso durante a manhã, mas trabalhavam até o almoço. Uma breve pausa durante a tarde era o único alívio até o jantar. Quando os prisioneiros jantavam, eles voltaram para suas celas até a manhã seguinte. Também vale destacar que os presos não trabalhavam nos fins de semana ou feriados.
A comida era melhor do que muitos esperavam
Como a comida era um dos direitos concedidos aos prisioneiros em Alcatraz, os presos faziam três refeições por dia. O café da manhã era servido às 6h45, o almoço às 11h40 e o jantar às 16h25. A comida em Alcatraz era geralmente considerada uma das mais bem servidas de todo o sistema penitenciário americano. Alguns prisioneiros que trabalhavam na cozinha já tinham experiência em cozinhar e se orgulhavam do que apresentavam aos colegas condenados.
De acordo com um cardápio de 1946, os presos recebiam compota de frutas, cereais, leite, pão e café no café da manhã. O almoço, a refeição mais reforçada do dia, geralmente incluía sopa, arroz, carne e legumes. Alguns itens adicionais para o almoço poderiam incluir torta de maçã, salada de repolho e metade de uma espiga de milho. Curiosamente, também havia mostarda, ketchup e molho disponíveis.
O jantar era muito semelhante com o almoço na apresentação, de modo que alguns itens característicos do almoço também reapareciam no jantar. Na maioria das vezes, os prisioneiros comiam sopa, legumes e pão. Fatias de bolo ou gelatina também eram servidos como sobremesa.
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