Se você já foi a algum restaurante cujo cardápio era supostamente focado na comida da Idade Média, existe uma grande chance de que você pode ter sido terrivelmente enganado sobre as dietas medievais. A verdadeira história das comidas e da culinária medievais é, na verdade, muito mais nojenta e muito mais chata, dependendo do ponto de vista.

Então, o que as pessoas comiam na Idade Média? Bem, basicamente, pão, sopa, carne e muitas frutas e legumes. Isso soa chato? Bem, eles também comiam toninhas e tripas de veado, mas o fato é que as pessoas dessa época tentavam cozinhar praticamente qualquer coisa da maneira que podiam, pois muitos pensavam que até mesmo frutas e vegetais crus poderiam estar infestados de doenças.

Para saber mais sobre a dieta das pessoas da Idade Média, continue lendo o nosso post para ficar por dentro de alguns fatos interessantes sobre a dieta de nobres e servos em tempos medievais.

As pessoas adoravam leite de amêndoas nos tempos medievais

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Embora o leite de amêndoas tenha se transformado em um “leite alternativo” popular entre vegetarianos e veganos no século 21, ele já era largamente usado durante os tempos medievais por razões bastante práticas. Por exemplo, quando a Igreja passou a declarar um dia de jejum onde as pessoas não poderiam comer carne ou leite animal, os cozinheiros passaram a usar o leite de amêndoas como uma alternativa eficiente, chegando até a usá-lo para fazer manteiga.

Vale destacar que ele também era muito útil pelo fato de que poderia ser armazenado “sem risco de degeneração”, ao contrário do leite animal, que estraga rapidamente. De fato, o leite de amêndoas era um ingrediente tão comum que praticamente todos os livros de receitas existentes durante a Idade Média exigiam o seu uso.

Já existiam ‘fast foods’ na Idade Média

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Embora os cavaleiros não montassem em seus cavalos e se dirigissem até pequenas janelas para comprar comida barata depois de um longo dia de trabalho ou algo assim, a verdade é que realmente havia uma espécie de “fast food” na Idade Média. Por razões óbvias, não havia restaurantes do McDonald’s ou do Burguer King em tempos medievais, mas as pessoas dessa época já gostavam de visitar locais específicos que ofereciam tortas de carne, bolos, panquecas e bolachas preparadas “para consumo imediato”.

O mais interessante disso tudo é que os “restaurantes medievais de fast-food” tinham uma reputação muito ruim, assim como as franquias modernas. Pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia descobriram que muitas pessoas na Idade Média achavam que esses locais eram “sujos” e que vendiam comidas que não eram nada saudáveis, até porque muitas delas eram preparadas com “miudezas contaminadas”.

A dieta dos camponeses era constituída basicamente de pão e grãos

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Para se ter uma ideia, a maioria das pessoas na Europa medieval comia de 2 a 3 quilos de pães e grãos por dia, além de tomar um galão de cerveja com pouco álcool. Grãos como trigo, centeio, aveia e cevada eram devidamente cozidos para a fabricação de pães e mingaus. Infelizmente, poucas pessoas tinham condições de comer carnes todos os dias, o que contribuía para uma dieta com baixa quantidade de proteína.

Se você se assustou com a quantidade de pão que o pessoal da Idade Média comia, é preciso lembrar que um camponês medieval trabalhava cerca de 12 horas por dia. Ou seja, não era muito difícil queimar todas as calorias adquiridas com aquele monte de pão.

Frutas e legumes crus não eram muito confiáveis

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Por incrível que pareça, comer alimentos crus não era uma coisa muito popular entre as pessoas medievais. Pesquisadores do British Library Board descobriram que praticamente todas as frutas e legumes eram comumente cozidos, pois havia uma crença de que frutas e vegetais crus poderiam causar doenças.

De fato, o livro “Boke of Kervynge”, lançado em 1513, alertava contra o consumo de saladas e frutas cruas em particular. Por outro lado, vale destacar que ervas frescas eram muito usadas na fabricação de remédios naturais e na própria culinária, mas todas as outras hortaliças precisavam de um bom cozimento antes do consumo.

O café da manhã era apenas para gulosos pecadores e trabalhadores do campo

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Em tempos modernos, muita gente até pode pensar que o café da manhã é a refeição mais importante do dia, mas de acordo com o padre medieval Tomás de Aquino, comer cedo demais era “uma das maneiras mais fáceis de cometer o pecado mortal da gula”. Ou seja, a Igreja da época acreditava que o café da manhã era basicamente uma “afronta contra Deus”.

No entanto, vale destacar que o cronograma ideal das refeições na Idade Média não era necessariamente “quebrar o jejum”, mas pular o café da manhã, fazer uma refeição leve ao meio-dia e comer um jantar saudável. Algumas pessoas mais “rebeldes” também tinham uma “terceira refeição” que geralmente incluía vinho e cerveja, mas isso era comumente desaprovado do ponto de vista moral.

Por outro lado, os trabalhadores do campo aparentemente comiam algo como café da manhã, mas provavelmente era apenas um pedacinho de algum alimento para não deixar o estômago vazio e não desmaiar nos campos, ou seja, não era exatamente um “café da manhã completo”.

Basicamente, as pessoas comiam qualquer carne que pudessem colocar na mesa

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Como já foi citado anteriormente, a carne não era um item muito comum no cardápio dos trabalhadores mais pobres da Idade Média, mas o que mais chama a atenção é que os ricos não eram muito exigentes quando se tratava de que tipo de carne eles comiam.

Registros da época indicam que as pessoas comiam praticamente qualquer animal, incluindo estorninhos, gaivotas, garças, cisnes, pavões, capões, galinhas, botos, focas, baleias, ouriços, bacalhau, salmão, sardinha, enguias, lagostins e ostras.

O cultivo de grãos mudou tudo (para melhor)

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Quando o cultivo de grãos começou a se espalhar pela Europa no século X, muitas mudanças positivas puderam ser vistas na civilização ocidental, tornando-a muito mais próspera. Na prática, os trabalhadores conseguiram ingerir mais proteína e, como resultado, ficaram mais robustos, passaram a viver mais e conseguiram povoar todo o continente de forma eficaz.

Antes do amplo cultivo de grãos, os trabalhadores sofriam para obter suas proteínas, pois os pobres da época não tinham condições para comer carne, a menos que conseguissem criar algumas galinhas ou se resolvessem se dedicar à caça furtiva nas propriedades dos grandes latifundiários.

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