É bem provável que você já tenha comido pepino alguma vez na sua vida, seja em uma salada ou até mesmo como picles. No entanto, você sabia que além do pepino vegetal existe uma espécie de “pepino animal”? Pois bem, embora pareça estranho, eu estou falando do pepino-do-mar!

Ao longo desse post, você vai conhecer um pouco das características desse ser vivo que, além de ter um nome curioso, também possui muitos detalhes físicos inusitados o suficiente para deixar muita gente surpresa.

Quais são as características de um pepino-do-mar?

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Os pepinos-do-mar são seres marinhos invertebrados que vivem no fundo dos oceanos. Eles receberam esse nome por conta da sua forma oblonga bastante incomum que se assemelha a um pepino. Embora ocasionalmente algumas pessoas até comam pepinos-do-mar, essas criaturas marinhas gordinhas e semelhantes a vermes não estão relacionadas ao seu fruto homônimo, portanto, elas não promoveriam uma salada muito apetitosa se você estivesse esperando uma mordida crocante e refrescante.

No geral, existem cerca de 1.250 espécies de pepino-do-mar, todas elas pertencentes à classe taxonômica Holothuroidea. Esta classe pertence ao filo Echinodermata, que também inclui muitos outros invertebrados marinhos conhecidos, como estrelas-do-mar, ouriços-do-mar e bolachas-da-praia, de acordo com a National Geographic.

Os pepinos-do-mar variam em tamanho, podendo apresentar até 50 cm de comprimento e 20 cm de largura. Esses seres vivem em todos os mares do mundo, desde águas rasas perto da costa até as trincheiras mais profundas do oceano. Independentemente da profundidade, sua residência principal sempre fica no fundo do oceano, geralmente parcialmente enterrada na areia.

Os pepinos-do-mar, assim como todos os outros equinodermos, exibem uma certa simetria radial, mas em vez de ter cinco braços dispostos em círculo como as estrelas-do-mar, os pepinos-do mar contam com cinco fileiras de pés minúsculos que percorrem longitudinalmente o corpo, da boca até ao ânus. Seus pés em forma de tubo servem principalmente para ancorar essas criaturas sem membros no fundo do mar. Dessa forma, os pepinos-do-mar se movem pelo fundo do mar alterando a pressão da água em seus pés.

O que os pepinos-do-mar comem?

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À medida que essas curiosas criaturas vagam lentamente pelo fundo do mar, elas usam as numerosas estruturas em forma de tubo ao redor da boca para engolir tudo, inclusive areia. No entanto, os pepinos-do-mar se alimentam principalmente de pequenos pedaços de algas e criaturas marinhas, que por sua vez são quebradas em pedaços cada vez menores, semelhantes à forma como as minhocas decompõem a matéria orgânica nos jardins.

Curiosamente, o material “ruim” ingerido acidentalmente passa diretamente pelo sistema digestivo e sai pela outra extremidade na forma de um rolo de cocô cheio da areia engolida. Junto com a areia, os pepinos-do-mar também excretam subprodutos que beneficiam os ecossistemas oceânicos, principalmente os recifes de coral.

De fato, um estudo de 2011 publicado no Journal of Geophysical Research descobriu que o processo de digestão natural dos pepinos-do-mar confere a seus resíduos um pH relativamente alto, o que significa que a água ao redor dos habitats dos pepino-do-mar tende a ficar mais protegida da acidificação do oceano.

Outro detalhe que merece destaque é que os pepinos-do-mar também excretam carbonato de cálcio, que é um ingrediente primário na formação de corais, além da amônia, que atua como fertilizante e promove o crescimento dos corais. Ou seja, o cocô do pepino-do-mar é muito mais benéfico para o ecossistema do que parece!

Como é a anatomia e a reprodução do pepino-do-mar?

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Embora os pepinos-do-mar não tenham ossos, muitas espécies têm um esqueleto rudimentar feito de placas microscópicas de carbonato de cálcio que ficam espalhadas por baixo da pele. Algumas espécies também podem alinhar suas placas esqueléticas quando ameaçadas para que seus corpos se tornem rígidos.

Já o trato digestivo consiste em um intestino longo e enrolado entre a boca e o ânus. No entanto, o que é mais curioso é que, se estiverem perturbados ou estressados, os pepinos-do-mar podem expulsam todo o sistema digestivo, substituindo-o com um novo em apenas algumas semanas.

A maioria das espécies de pepinos-do-mar se reproduz sexualmente por fertilização externa, de acordo com a National Geographic. Na prática, isso significa que os machos liberam seus espermatozoides na água enquanto que as fêmeas liberam seus óvulos. Desse modo, só resta esperar que alguns óvulos e espermatozoides se colidam. É por isso que essas criaturas precisam liberar centenas de milhares de espermatozoides e óvulos no mar para aumentar as chances de fertilização.

As larvas de pepino-do-mar flutuam com as correntes até crescerem o suficiente para se prenderem no fundo do oceano. No entanto, cientistas já identificaram pelo menos 16 espécies de pepinos-do-mar que também podem se reproduzir assexuadamente, basicamente dividindo-se em dois. Na prática, cada metade do pepino-do-mar dividido regenera os órgãos que estão faltando e se torna um clone do animal original.

Os pepinos-do-mar são comestíveis?

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A União Internacional para a Conservação da Natureza e Recursos Naturais (IUCN) classifica algumas espécies de pepino-do-mar, como o pepino-do-mar marrom(Isostichopus fuscus), como seres vulneráveis ​​ou ameaçados de extinção. No entanto, a maioria das espécies é considerada de menor preocupação ou não há dados suficientes para fazer uma avaliação precisa da população das espécies.

Com exceção de algumas populações em águas temperadas no Hemisfério Norte, os pepinos-do-mar são pescados em grande escala em certas regiões do globo, de acordo com um relatório de 2010 da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). A maioria dos animais colhidos costuma ser exportada para mercados asiáticos, onde os pepinos-do-mar são considerados uma iguaria gostosa e até com supostos poderes afrodisíacos.

Em algumas áreas da Oceania, como na região de Papua Nova Guiné, a pesca excessiva de pepinos-do-mar acabou dizimando completamente a população local. Por causa da pesca descontrolada, grande parte do comércio de pepino-do-mar costuma ocorrer no mercado negro, de acordo com o Departamento de Justiça dos EUA. Para tentar contornar essa situação, a FAO chegou a adotar uma série de diretrizes para regular a pesca sustentável de pepinos-do-mar em todo o mundo.

Essas diretrizes se tornaram leis em alguns países, mas muitos lugares não têm recursos financeiros ou até mesmo força política para fazer cumprir os regulamentos. A maior preocupação a respeito disso é que o aniquilamento de grande parte da população de pepinos-do-mar possa afetar o crescimento dos corais, que por sua vez se beneficiam dos subprodutos gerados por essas criaturas.

E você, já tinha ouvido falar no pepino-domar? Compartilhe o post e deixe o seu comentário!