Quando se fala em animais extintos, muita gente logo se lembra do filme Jurassic Park, afinal, imagine o quanto a vida seria bem mais “incrível” se pudéssemos visitar algum parque temático incrível para ver alguns dinossauros vivos e andando tranquilamente, como se nada tivesse acontecido com suas espécies. Obviamente, a possibilidade desse tipo de coisa acontecer na realidade é praticamente impossível, já que crescemos aprendendo que, uma vez que uma espécie se foi, não há como ela voltar. Mas você sabia que alguma espécies antes consideradas “extintas” já conseguiram reaparecer na natureza? Pois bem, ao longo desse post você vai ver como isso é possível, além de descobrir que nem sempre algo taxado como “extinto” realmente se foi para sempre.

Separando a verdade da ficção

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Embora seja muito improvável que algum dia você possa se deparar com um dinossauro enquanto caminha pela selva, encontrar algumas outras espécies que antes eram consideradas extintas está longe de ser algo impossível. De fato, isso já aconteceu aproximadamente 100 vezes na história científica, e sem dúvidas há mais exemplos desse tipo esperando para serem descobertos. Esses casos surpreendentes envolvendo algum tipo de “retorno de um animal extinto” envolvem o chamado “Taxon Lazarus”. Basicamente, Taxon Lazarus é o nome científico usado para descrever o fenômeno paleontólogo onde certas espécies animais ou vegetais, antes consideradas extintas, acabam reaparecendo na natureza. De alguma forma, essas espécies conseguiram sobreviver evitando a detecção humana e científica por décadas, séculos ou até mesmo por eras geológicas inteiras!

O nome “Lazarus” se refere à história bíblica que alega que Jesus Cristo levantou um homem chamado Lázaro dentre os mortos, de modo que esse nome tem sido associado com reavivamentos milagrosos desde então. No entanto, não há nenhum significado mágico ou religioso envolvido nestas espécies “voltando dos mortos”. Em vez disso, podemos culpar a imperfeição do registro fóssil por esses incríveis fenômenos naturais.

Um sistema imperfeito

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Os registros fósseis tornaram-se alguns dos mais importantes e informativos enigmas de grande parte da ciência global e, de fato, o fóssil mais antigo que possuímos remonta a 3,5 bilhões de anos (cianobactérias, para ser específico). No entanto, a maioria dos nossos fósseis datam dos últimos 500 milhões de anos, sendo que nesse grande período de tempo, dezenas de milhões de espécies surgiram e desapareceram. Um registro fóssil pode abranger todas as criaturas (plantas, animais, bactérias, fungos etc.) que de alguma forma ficaram presas em sedimentos e, ao longo de milhões de anos e intensa pressão, tiveram partes dos seus corpos fossilizadas. Quando descobrimos um desses fósseis, nossa imagem da evolução e da vida neste planeta se torna um pouco mais clara. No entanto, o registro fóssil está longe de ser perfeito, porque relativamente poucas criaturas chegaram a se tornarem fossilizadas e uma fração cada vez menor é descoberta antes que esses fósseis sejam destruídos de alguma forma. Quando se trata do Taxon Lazarus, essas criaturas ou grupos de organismos poderiam ter conseguido sobreviver de várias maneiras. Talvez após um dos grandes eventos de extinção na Terra, quando o número de espécies caiu drasticamente, algumas dessas criaturas escaparam da fossilização e sobreviveram em pequenos grupos populacionais por milhares ou milhões de anos. Esses longos períodos de tempo provavelmente não aparecerão nos registros fósseis, então tendemos a presumir que essas criaturas foram completamente eliminadas, o que é um grande erro. Algumas outras explicações incluem o isolamento temporário de espécies ou de grupos mais visíveis dessas criaturas.

Por exemplo, vamos imaginar que uma única espécie de salamandra vivia perto de um rio em uma determinada região na América do Sul. Se uma seca atingiu essa área, devastando todo o seu habitat e deixando nada vivo por quilômetros, poderíamos supor que a espécie foi extinta. No entanto, e se algumas salamandras tivessem conseguido escapar e estivessem se desenvolvendo em um habitat totalmente diferente a alguns quilômetros de distância? Algumas gerações depois, quando aquela minúscula população de salamandras mortas fosse finalmente redescoberta, seria um feito incrível, não é mesmo? Vale destacar que, embora o Google Maps faça parecer que o mundo inteiro já foi explorado, acredita-se que ainda existam muitos locais geológicos e arqueológicos que os pesquisadores nunca chegaram a encontrar, com milhões de fósseis ainda enterrados nessas regiões. Nosso sistema de decidir que algo está “extinto” é baseado na observação e no raciocínio dedutivo, mas o fato é que essas técnicas possuem certas limitações.

Tá mas, quais animais já “voltaram dos mortos”?

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Tal vez o mais famoso exemplo de “Taxon Lazarus” seja o celacanto, um peixe antigo e sem grandes atrativos que os cientistas rotularam como extinto há 66 milhões de anos, acreditando que essa espécie tinha sido eliminada através do mesmo desastroso evento de extinção que derrubou o último dos dinossauros na face da Terra. No entanto, em 1938, um peixe dessa espécie simplesmente apareceu em um mercado de peixes na África do Sul, totalmente “pronto para comer”. Claramente, essa espécie estava se escondendo em algum lugar nas profundezas do oceano, evitando os olhares humanos indiscretos e qualquer outro tipo de ameaça. Alguns outros exemplos de animais famosos que nunca estiveram realmente extintos incluem a lagosta-das-árvores, o arganaz-de-pinho-da-Baviera, o Macropus eugenii, o Phoboscincus bocourti da Nova Caledônia e o corvo Banggai. Os cientistas esperam continuar a encontrar mais dessas espécies anteriormente consideradas extintas, principalmente ao contar com uma tecnologia de análise de DNA mais avançada do que em décadas anteriores.

Ou seja, podemos concluir que estas raras descobertas de Taxons Lazarus no mundo natural provam que, não importa o quanto os cientistas investiguem vários grupos de animais, o nosso planeta sempre acabará apresentando muito mais surpresas. Desse modo, é importante lembrar que a imagem que temos da história natural do nosso planeta pode ser impressionante, mas está longe de ser completa. Por isso, da próxima vez que você estiver andando por um dos lugares mais profundos e esquecidos do mundo, mantenha os olhos bem abertos! Afinal, você terá uma chance (ainda que muito remota) de se deparar com alguma espécie considerada extinta há muito tempo!

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