As longas faixas de areia do deserto do Saara já engoliram animais, pessoas e cidades inteiras ao longo de eras. O Saara é o maior deserto quente do mundo, de modo que aqueles que se perdem em suas infindáveis planícies arenosas dificilmente acabam sendo vistos novamente. De fato, no mundo antigo, esse deserto era conhecido por fazer com que vários exércitos inteiros que marchavam através dele desaparecessem para sempre.

No entanto, com o grande auxílio da tecnologia moderna, os pesquisadores estão finalmente começando a desvendar todos os mistérios do Saara, que por sinal não são poucos! Por isso, resolvemos listar aqui algumas das coisas mais incríveis que o deserto do Saara escondeu de nós por muito tempo, mas que finalmente foram descobertas. Confira!

5. Meteoritos e Crateras

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A Terra sempre foi bombardeada por rochas e meteoritos vindos do espaço. A maioria acaba sendo desintegrada inofensivamente na atmosfera, deixando nada mais do que um raio de luz no céu. No entanto, outros meteoritos que atingem o chão podem promover impactos incríveis. Como muitos desses casos aconteceram no passado distante, as crateras deixadas para trás por tais impactos são frequentemente negligenciadas porque a erosão ou o crescimento das plantas as cobrem. No entanto, no caso dos desertos, as cicatrizes ainda podem ser vistas.

A Cratera Kamil, de 45 metros de largura, no Sudoeste do Egito, indica o local exato onde um meteorito de caiu a cerca de 5.000 anos atrás. No entanto, não são apenas as crateras deixadas pelos meteoritos que podem ser encontradas por lá. Ao redor da Cratera Kamil, fragmentos do próprio meteorito foram descobertos, indicando o rastro para onde o impacto espalhou estilhaços pela areia.

Curiosamente, este não é um fato isolado. Quase um quinto de todos os meteoritos que foram recuperados até hoje vieram do Saara. Acredita-se que isso acontece porque os meteoritos se destacam nas areias, muitas vezes apenas “esperando para serem apanhados”. De fato, apenas as neves da Antártida fornecem um lugar melhor para caçar meteoritos.

4. Fortalezas perdidas

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O desenvolvimento dos satélites passou a permitir a exploração dos desertos mais inóspitos, incluindo o Saara. Em 2010, satélites detectaram os restos mortais de mais de 100 fortalezas pertencentes aos antigos garamantes, povo que habitou a região entre 500 a.C.e 700 d.C. A área já tinha sido bem mapeada pela indústria do petróleo em busca de locais para perfurar, mas os arqueólogos foram capazes de ir além ao escanear suas imagens de satélite para obter resultados mais específicos.

Mais tarde, pesquisadores no terreno puderam confirmar que as estruturas foram realmente construídas pelos garamantes. Na época do auge da civilização, os garamantes conseguiram a incrível proeza de prosperar em uma área que já era absurdamente árida. Para cultivar nessas terras, eles tiveram que construir canais subterrâneos que forneciam água a antigos reservatórios.

Acredita-se que, quando esta fonte de água veio a se esgotar, os campos acabaram perdendo rendimento, levando os garamantes a abandonarem o local. Com o passar do tempo, a ação dos ventos do Saara acabou revelando os restos das fortalezas e aldeias, permitindo a descoberta dessa civilização.

3. Nabta Plaia

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Onde quer que a água possa ser encontrada em um deserto é possível algum traço de vida nessa região. Quando as pessoas viviam perto de Nabta Plaia, no sul do Egito, entre 9 a 6.000 anos atrás, a área em questão estava sujeita a inundações anuais, que criavam um lago. Por causa disso, tribos neolíticas se dirigiram ao local para alimentar seus animais.

Curiosamente, essas pessoas não apenas sobreviveram lá, mas se desenvolveram de tal modo que até chegaram a desenvolver uma cultura de sacrifício, pois fósseis de vacas, ovelhas e cabras já foram encontrados enterrados ritualmente nesse local. Cerca de 6 mil anos atrás, as pessoas em Nabta montaram grandes blocos de pedra em um círculo, com mais placas de rocha irradiando para fora, mostrado na imagem acima.

Tem sido alegado que este círculo de pedra, que antecede Stonehenge por aproximadamente 1.000 anos, é a mais antiga estrutura astronomicamente alinhada já conhecida. Ainda há debate sobre o que exatamente o círculo aponta, mas um pesquisador afirma que ele se alinha com a posição do Cinturão de Orion.

2. Vestígios de um antigo rio

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Você pode até ficar surpreso, mas a verdade é que o deserto do Saara nem sempre existiu. Como o clima do nosso planeta mudou ao longo de milhões de anos, as fronteiras das areias também passaram por mudanças. Assim como os cientistas podem procurar evidências antigas de água em Marte, eles também voltaram sua atenção para a história do Saara.

Pesquisas revelaram que o que antes teria sido a 12ª maior bacia de drenagem do mundo fluiu de dentro do Saara. Os vestígios do tal rio na Mauritânia foram encontrados quando um desfiladeiro submarino ao largo da costa que havia sido escavada pelo rio foi descoberto. A confirmação final da presença de um “rio perdido” foi feita por satélite.

Esse rio já extinto é agora chamado de rio Tamanrasett e os pesquisadores continuam a descobrir mais sobre esse antigo corpo de água que pode ter secado há “apenas” 5.000 anos.

1. Fósseis das primeiras espécies de baleias

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Não foram apenas os rios que desapareceram do Saara. No tempo geológico, o que antes era um oceano tornou-se um dos lugares mais secos da Terra. Em Wadi Al-Hitan, no Egito, evidências claras do extinto Oceano Tétis já foram encontradas. Conhecida como “Vale das Baleias”, essa região é um dos melhores, embora mais improváveis, locais para a descoberta de fósseis de baleias.

Os fósseis dessa região ajudam a fornecer informações muito preciosas sobre como as baleias evoluíram de criaturas que podiam habitar a terra para aquelas que hoje passam as suas vidas inteiras no mar. Quando os ancestrais das baleias modernas morreram, aproximadamente 37 milhões de anos atrás, seus corpos ficaram cobertos de sedimentos. Foi exatamente por conta disso que, quando a crosta da Terra se elevou, sua antiga “casa” veio a ser revelada.

Hoje, esses esqueletos de cerca de 15 metros de comprimento estão sendo estudados por grupos de paleontólogos altamente renomados, que também buscam conhecer melhor as criaturas com as quais essas antigas baleias compartilhavam o mar. O mais interessante é que dentes de tubarões grandes também já foram encontrados ao lado dos ossos das baleias.

O Saara pode esconder muito mais segredos do que a gente imagina, não é mesmo? Compartilhe o post e deixe o seu comentário!