À medida que nos tornamos cada vez mais dependentes da tecnologia e da eletricidade, a ideia de ficar sem energia tende a ficar ainda mais preocupante. De fato, uma coisa é ver as luzes piscarem por alguns segundos no meio de uma tempestade, mas passar horas ou dias no escuro tem o potencial de inspirar pânico e histeria em muita gente.

Para se ter uma ideia, em 1977, uma queda de energia na cidade de Nova York por cerca de 24 horas resultou em mais de 1.000 incêndios e mais de 1.500 lojas saqueadas! Obviamente, alguns lugares ao redor do mundo são mais propensos a eventos climáticos severos do que outros, mas todos provavelmente já sofreram algum tipo de queda de energia devido ao clima severo em algum momento.

Consequentemente, a questão que fica é: com a tecnologia do século XXI e os vários perigos envolvidos na questão das quedas de energia, por que as tempestades ainda são capazes de causar apagões? É exatamente isso o que vamos compreender ao longo deste artigo!

A complexidade dos sistemas de transmissão de energia

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Para aqueles que ainda não sabem como a eletricidade chega às suas casas, uma breve introdução ao sistema de transmissão e distribuição elétrica poderá fazer com que o restante deste artigo faça mais sentido. Pois bem, a energia é originalmente produzida em estações geradoras, que geralmente estão localizadas a distância dos centros urbanos e que costumam usar vento, carvão, água ou gás natural para produzir a eletricidade necessária.

Essa corrente elétrica é empurrada para um transformador, que aumenta sua tensão para que ela possa percorrer longas distâncias através de linhas de transmissão que atravessam o país. Depois que a corrente elétrica completa essa longa jornada, ela passa por uma subestação onde a tensão é reduzida. Em seguida, a eletricidade pode ser distribuída em redes de energia locais e de menor tamanho.

Depois, a corrente passa através dessas linhas de distribuição para os transformadores, que diminuem ainda mais a tensão para que o uso da eletricidade seja totalmente seguro em sua casa. Por último, a corrente elétrica se move pelo painel de serviço e é distribuída pelos fios e tomadas de parede da sua casa para energizar todos os seus aparelhos elétricos.

Este é um exemplo clássico de um sistema de linhas de energia acima do solo, que é o que a maioria das pessoas pensa em termos de transmissão de energia, mas existe uma outra opção subterrânea, que move a corrente elétrica quase da mesma maneira, embora parte dessa jornada ocorra através de fios enterrados no subsolo, em vez de pendurados em postes. Existem vantagens e desvantagens em ambos os sistemas, que ficarão mais claros depois de discutirmos os efeitos do clima severo em nosso sistema de transmissão e distribuição elétrica.

Os efeitos das condições climáticas nos sistemas de transmissão de energia

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Quando uma tempestade está rolando, é sempre aconselhável verificar o suprimento de velas, caso surjam sinais de que a energia está prestes a sofrer uma interrupção. Só que, dada a enorme tarefa de mover a corrente elétrica por milhares de quilômetros para abastecer milhões de casas, parece estranho que algo tão “simples” quanto uma tempestade pode causar uma pane no sistema. No entanto, é o fato de que as linhas de energia também são projetadas para proteger a rede elétrica e a área circundante que pode torná-las mais defeituosas do que realmente são.

Por exemplo, a maioria das tempestades traz ventos fortes, o que faz as árvores balançarem e os seus galhos estalarem. Quando um galho de árvore entra em contato com as linhas de alta tensão, a energia é cortada automaticamente e depois reiniciada quando o contato é desfeito. Na prática, isso evita que a corrente elétrica seja descarregada e desperdiçada. Em outras palavras, se uma ramificação cair em uma linha de energia, a eletricidade permanecerá desligada até que o problema possa ser resolvido.

Em alguns casos, os ventos podem ser tão fortes que são capazes de fazer uma árvore inteira cair sobre as linhas, puxando-as para baixo. É por isso que as equipes municipais de manutenção das vias públicas costumam passar muito tempo cortando árvores quando estas começam a invadir as linhas de energia nas proximidades. Além do vento, a precipitação também é potencialmente desastrosa para as linhas de energia, pois as chuvas fortes podem danificar os elementos de isolamento do sistema, provocando a perda de energia.

Danos físicos causado por granizo, ou até mesmo o desgaste gradual ao longo do tempo, também podem causar rachaduras e quebras que deixam a água penetrar nas linhas, causando danos. As tempestades de neve e gelo são ainda mais perigosas, pois essas formas mais pesadas de precipitação podem sobrecarregar ainda mais as linhas de energia, às vezes quebrando completamente os cabos.

Também vale destacar que os raios costumam ser atraídos para objetos metálicos em locais elevados. Como as linhas de energia apresentam essas características, elas são comumente atingidas por essas descargas, o que pode causar um surto que sobrecarrega os transformadores locais e causa grandes problemas de energia. Além disso, as árvores atingidas por raios costumam colapsar nas linhas de energia próximas, causando a falta de energia mesmo que as árvores tenham sido adequadamente cortadas pelos trabalhadores locais.

Linhas de energia acima do solo vs linhas subterrâneas

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Todos esses perigos climáticos que assolam as linhas elétricas tradicionais acima do solo fazem parecer que a opção subterrânea é muito mais segura e eficaz, não é mesmo? No entanto, há mais coisas em jogo do que apenas isso. Basicamente, inundações e chuvas fortes também podem causar problemas nas linhas de energia subterrâneas, principalmente quando os sistemas de isolamento são danificados e a água acaba infiltrando nas redes de transmissão.

Além disso, uma das vantagens dos fios acima do solo é que a área do problema tende a ser fácil de identificar e acessar. Se a rede elétrica estiver instalada em uma região subterrânea, torna-se mais difícil encontrar o problema, podendo ser mais incômodo para os trabalhadores e para a comunidade ao redor acessar o problema e corrigi-lo. Mas mesmo com o aborrecimento do reparo, muitas pessoas em áreas propensas a furacões adorariam ter suas linhas de energia enterradas, embora o maior empecilho para isto seja o alto custo.

Na prática, é muito mais caro instalar, acessar e reparar linhas de energia subterrâneas do que erguer os postes elétricos tradicionais. Embora existam algumas vantagens com esse sistema de transmissão de energia, os bilhões em investimentos que seriam necessários para implementar sistemas de transmissão subterrâneos, além das contas elétricas elevadas para os usuários, tornam essa medida menos popular do que o sistema de transmissão tradicional.

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