As palestras compõem um dos métodos de ensino e compartilhamento de ideias mais comuns, pois tem a vantagem de alcançar muitas pessoas em um único momento e local. Talvez o seu único ponto negativo seja o fato de que as palestras raramente permitem algum tipo de interação ou aprendizado ativo, o que as torna um tanto chatas e passíveis de causar sono.

Na prática, isso pode não ser encorajador tanto para o palestrante quanto para o público, sem falar que provavelmente também não é bom para o processo de aprendizado. Então, a questão que fica é: por que sono e o cansaço mental são companheiros tão comuns das palestras? É isso o que vamos abordar ao longo desse post!

Tudo tem a ver com o ambiente das palestras

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Não há como negar que nós, seres humanos, somos criaturas de hábitos bastante específicos, sendo que um dos nossos hábitos diários favoritos envolve ficar em uma sala quente e pouco iluminada e deitar a cabeça para tirar um bom cochilo. Isso não é necessariamente uma referência às salas de aulas e aos auditórios, mas envolve o nosso próprio quarto.

Nosso corpo se acostuma a certos detalhes dos ambientes ao nosso redor e responde a eles naturalmente; portanto, quando estamos sentados, relaxados em uma cadeira confortável ou próximos da parte traseira mal iluminada de um auditório, nosso corpo associa isso ao nosso padrão de sono típico e deixa nosso corpo divagar para a terra dos sonhos. No entanto, também há um elemento mais científico nisso tudo: a luz.

Pesquisas já mostraram que a luz azul naturalmente estimula nossa mente e diz ao nosso corpo que é hora de acordar. Isso pode estar indiretamente ligado à cor do céu pela manhã. A luz azul afeta uma região muito pequena do cérebro chamada núcleo supraquiasmático, um feixe de nervos poderosos que regula o ciclo do sono como um despertador embutido. Nesse caso, a luz azul estimula essencialmente essa área do cérebro como uma forte xícara de café.

Por outro lado, em uma situação de luz artificial, como uma sala de aula ou auditório, as luzes são geralmente fracas ou esmaecidas e certamente não são de natureza azul. Se você assiste a palestras com um projetor em uma sala escura, a situação se torna ainda pior. Nesse caso, você pode tratar de levar um cobertor e um travesseiro, pois quase sempre você se sentirá sonolento em uma sala com essas características, ainda que o material apresentado seja de interesse para você.

A ciência por trás da estimulação e do tédio

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É importante destacar que a estimulação de núcleos supraquiasmáticos é apenas uma maneira de “acordar” nosso cérebro e, consequentemente, nosso corpo. Estímulos físicos e mentais são cruciais para evitar cochilos inesperados. Por exemplo, quando você está dirigindo um carro, abrir a janela e escutar o rádio são duas maneiras de evitar o cansaço quando a longa e interminável estrada se estende pela viagem.

Da mesma forma, a estimulação física durante aulas mais participativas mantém nossa mente alerta e engajada. Por exemplo, você já sentiu sono ou adormeceu no meio de uma aula de educação física? Por outro lado, durante longas palestras, você normalmente fica estático, deixando de mover o corpo, falar e interagir.

Quando nossa atividade cerebral diminui, é mais provável que nosso corpo se sinta mais lento e facilmente distraído. Desse modo, quando nada está “acontecendo” conosco, nosso corpo tende a abraçar esse período de inatividade e entrar em um estado de descanso a fim de economizar energia. De fato, vemos o mesmo acontecer quando nos sentamos para assistir a um filme, ler um livro ou quando fazemos uma longa viagem.

Existe alguma forma de acabar com essa sonolência?

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Não importa que estímulo físico (baseado na luz ou mental) você esteja experimentando, o cansaço quase sempre surge de uma deficiência genuína de sono. A vida estudantil (principalmente no ensino médio e superior) é caracterizada por altos níveis de estudos excessivos, novas responsabilidades, obrigações, interesses sociais e atividades extracurriculares, coisas que já explicam por si só o tamanho da demanda de energia necessária para realizar todas essas atividades.

Beber café excessivamente e confiar em energéticos e estimulantes para levantar o seu ânimo também pode ser perigoso, pois sempre há uma inevitável exaustão quando você eleva artificialmente seus níveis de energia. Uma vez que essa pressa inicial passa, a súbita falta de cafeína ligada às células nervosas parece intensificar e, à medida que esses nervos se ligam à adenosina (uma conexão indutora do sono), os efeitos podem se ampliar.

Por isso, se você costuma adormecer constantemente em palestras, não seja prepotente ao ponto de tentar culpar apenas a falta de estímulo físico, luz azul ou interesse no assunto. No fim das contas, talvez você só precisa dormir uma ou duas horas extras a cada noite para que seu corpo não anseie por descanso e dependência de cafeína. Isso impedirá que seu corpo aproveite qualquer tempo de inatividade disponível para fechar os olhos e o seu cérebro certamente ficará muito grato com a adoção desse novo estilo de vida.

As palestras realmente tem o poder de atrair o nosso sono, não é mesmo? Compartilhe o post e deixe o seu comentário!