O Paris Saint-Germain domina a França com mão de ferro, isto qualquer um que assiste aos jogos de hoje pode comprobar. No entanto, a grande obsessão da Qatar Sports Investments (QSI) desde o seu desembarque no Parc des Princes em 2011 é dominar a Europa, um assunto que, por enquanto, lhe resiste. Desde então, caíram quatro vezes nas oitavas da Liga dos Campeões, quatro nas quartas, uma nas semifinais e uma na final em 2020.

O ‘ouro’ europeu fica longe do Paris Saint-Germain que busca conquistar o Velho Continente. Mas curiosamente há vários campeões e ex-campeões da Liga Europa depois de deixar a ‘Cidade Luz’. Entre eles Thiago Silva. O brasileiro foi uma das ‘pedras angulares’ sobre as quais se começou a construir o glorioso ciclo do PSG, quando chegou do Milan em 2012 por 42 milhões de euros. Disputou 315 jogos e marcou 17 gols antes de ir para o Chelsea em 2020. Tinha 35 anos e em Paris eles entenderam que tinha completado um ciclo. No entanto, Thiago Silva foi proclamado campeão da Liga dos Campeões com os ‘blues’ apenas um ano depois.

Também Zlatan Ibrahimovic, o primeiro grande símbolo do ‘novo’ time parisiense. O sueco marcou 156 jogos e distribuiu 61 assistências ao passar pelo Parc des Princes. “Se eles trocarem a Torre Eiffel pela minha estátua, eu fico”, brincou antes de ir para o Manchester United de graça, em 2016. Marcou 29 gols e deu 10 assistências em 53 jogos. Ibrahimovic foi fundamental para o Manchester United conquistar a Supercopa, a Copa da Liga e a Liga Europa em seu primeiro ano na Inglaterra. Kingsley Coman, surgido das pedreiras da equipe parisiense, foi o caso mais sangrento. O juvenil jogou apenas 55′ distribuídos por cinco jogos, e foi para a Juventus gratuitamente em 2014 devido à falta de oportunidades.

No entanto, conquistou a glória europeia no Bayern Münich. E fez isso, curiosamente, contra o ‘seu’ Paris Saint-Germain. Coman marcou o único gol que derrotou o PSG  na final da Liga dos Campeões de 2019. O projeto do QSI nunca esteve tão perto da ‘orejona’.

paris saint germain tricurioso

O ouro europeu não quer ficar em Paris

O zagueiro brasileiro David Luiz já sabia o que era vencer na Europa antes de assinar pelo PSG em 2014. O ex-jogador do Benfica havia vencido a Liga Europa com o Chelsea em 2012-13. Um sucesso que não conseguiu repetir ao longo dos 89 jogos que disputou com o Paris Saint-Germain. Seu caso é paradoxal. Deixou Paris em 2016 para regressar ao Chelsea e voltou a vencer a Liga Europa com os ‘blues’ em 2019. O último elo de uma longa cadeia é Kevin Trapp. Na passagem por Paris teve de partilhar o arco com o ex-madridista Aréola, onde jogou 91 jogos e sem sofrer gols em 48 vezes.

A contratação de Keylor Navas obrigou-o a sair por empréstimo para o Eintracht Frankfurt, onde mais tarde seria transferido. De volta à Alemanha  voltou a se apresentar em alto nível, e seu papel na final da Liga Europa o justifica. Trapp vestiu-se de herói com uma defesa à queima-roupa no final da prorrogação e brilhou, ainda mais, defendendo o pênalti de Ramsey. Assim, o antigo PSG deu ao Eintracht Frankfurt a segunda Liga Europa da sua história. Paradoxalmente mais um que encontra o ‘ouro’ longe de Paris.