Se você costuma colocar cubos de gelo no seu suco ou refrigerante durante os dias quentes do verão, já deve ter notado que o gelo é bastante escorregadio, muitas vezes chegando até a atrapalhar o seu manuseio. As pistas de patinação e os lagos congelados também podem servir como um exemplo perfeito de como a água no estado sólido tende a apresentar características tão instáveis. Mas afinal, por que isso acontece?
Curiosamente, os cientistas ainda lutam para encontrar uma resposta conclusiva para essa simples pergunta. Antigas hipóteses apontam para o fato de que, à medida que você entra em contato com o gelo, a pressão do seu toque faz com que a camada superior se derreta, consequentemente causando um leve “deslizamento”. No entanto, muitos cientistas costumam discordar dessa afirmação por que as pressões precisariam ser muito extremas para atingir o resultado proposto. Outra teoria diz que o calor criado pelo atrito quando tocamos o gelo seria o responsável pelo seu derretimento. No entanto, o gelo não é apenas escorregadio quando nós o tocamos, ele é escorregadio até mesmo sem o contato humano. Mas, então, qual seria a melhor explicação para esse fenômeno.
Mischa e Daniel Bonn, dois irmãos cientistas da Alemanha, publicaram recentemente um artigo na revista acadêmica “Journal of Chemical Physics” com as suas descobertas que podem finalmente explicar a característica escorregadia do gelo. Em vez de uma camada de água líquida na superfície do gelo, eles descobriram a presença de moléculas de água soltas. O gelo tem uma estrutura cristalina muito regular, onde cada molécula de água no cristal está ligada a três outras. As moléculas na superfície, no entanto, só podem ser anexadas a outras duas. Em outras palavras, isso permite que as moléculas de água se soltem em vários locais na superfície e a deixe escorregadia, da mesma forma que escorregaríamos ao tentar andar sobre bolas de gude.
Vale lembrar que essa questão ainda é motivo de debates entre a comunidade científica. Por causa disso, muitos estudiosos preferem apontar para o fato de que todas essas teorias desempenham funções em conjunto que fazem com que o gelo seja escorregadio, ao invés de uma única explicação.
Uma questão mais versátil do que parece, não é mesmo? Compartilhe o post e deixe o seu comentário!
