Quando se fala no Antigo Egito, muita gente logo pensa nas pirâmides, nos sarcófagos e nos seus antigos governantes. E por falar nos governantes egípcios, Cleópatra VII Filópator foi sem dúvidas uma das que mais se destacaram, seja pelo seu reinado ou até mesmo pelas suas relações pessoais.

Embora ela tenha nascido no Egito por volta de do ano 69 a.C., Cleópatra não era etnicamente egípcia. Em vez disso, suas raízes podem ser atribuídas à Antiga Macedônia, hoje correspondente ao território grego. Ptolomeu I, um general do exército de Alexandre, o Grande, assumiu a liderança do Egito quando Alexandre morreu em 323 a.C. O governo de Ptolomeu deu início a uma dinastia de governantes de língua grega sobre o Egito, que duraria quase 300 anos. Quando o pai de Cleópatra, Ptolomeu XII, morreu em 51 a.C., o controle do Egito passou para a sua filha, até então com 18 anos, e seu irmão Ptolomeu XIII, que tinha 10 anos de idade.

Ao contrário da maioria dos seus antecessores, Cleópatra abraçou o estilo de vida e os costumes egípcios. De fato, ela foi a primeira dos líderes da Macedônia a aprender a língua egípcia. Infelizmente, os conselheiros do seu pequeno irmão conspiraram contra ela, forçando-a a fugir para a vizinha Síria em 49 a.C. No entanto, Cleópatra logo levantou um exército de mercenários e buscou uma aliança com o líder militar romano Júlio César. Com a ajuda de César, Cleópatra foi restaurada ao trono. Curiosamente, o relacionamento de Cleópatra com César também envolvia laços amorosos além das questões políticas. Tanto é que em 47 a.C. nascia o filho do relacionamento entre ambos, Ptolomeu César, que acabou se tornando conhecido pelo povo egípcio como “Cesarião”.

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Em 46 aC, Cleópatra e Cesarião se juntaram a César em Roma. Sua beleza exótica, estilo e senso de moda rapidamente deixaram a sua marca na cidade. No entanto, quando César foi assassinado em 44 a.C., ela foi forçada a fugir de volta para o Egito. Apesar dos acontecimentos, seu envolvimento na política romana não terminou com César. Na sequência do assassinato, ocorreu uma luta pelo poder que acabou por envolver nomes como Marco Antônio e Otaviano (que posteriormente viria a se chamar Augusto) pelo controle de Roma.

Consistente com a tradição egípcia, Cleópatra acreditava que ela era uma deusa viva. Desse modo, ela se associou intimamente com a antiga deusa egípcia Ísis, o que acabou fazendo com que ela ficasse conhecida tanto pela sua inteligência quanto por sua beleza. Educada em astronomia, filosofia e matemática, Cleópatra também falava mais de dez idiomas. Vestida como Ísis, Cleópatra partiu para Tarso para se encontrar com Marco Antônio, que acreditava ser a personificação viva do deus grego Dionísio e que consequentemente se tornou o parceiro militar e romântico perfeito para Cleópatra. Ela teve três filhos com Marco Antônio, que apoiava seu governo no Egito e a ajudou a prosperar e recuperar grande parte do império oriental do Egito.

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Quando Antônio parecia querer rejeitar suas raízes romanas em favor de Cleópatra e dos filhos que tinha com ela, o senado romano o despojou de sua liderança. Otaviano, então, logo declarou guerra ao Egito, Cleópatra e Marco Antônio. Em 2 de setembro de 31 a.C., as frotas egípcias lideradas por Cleópatra e Antônio encontraram a marinha romana sob as ordens de Otaviano na Batalha de Áccio. Os navios de Otaviano derrotaram rapidamente os egípcios, de modo que Cleópatra e Antônio tiveram que fugir de volta para o Egito.

Mais tarde, enquanto estava sob ataque em Alexandria, Antônio ouviu um boato de que Cleópatra havia cometido suicídio. Embora o boato fosse falso, Antônio acabou achando que fosse verdade e se matou com a sua própria espada. Após enterrar o seu falecido esposo, ela se encontrou com Otaviano, que havia vencido a batalha. Em 12 de agosto de 30 a.C., Cleópatra cometeu suicídio. Diz a lenda que ela usou a picada de uma cobra venenosa para se matar, embora seja possível que ela tenha se envenenado com alguma outra toxina semelhante.

Cleópatra foi uma das figuras femininas mais famosas de todos os tempos, sendo também a última faraó independente do Egito. Seu reinado foi marcado por lutas de poder e romances apaixonados com os líderes romanos Júlio César e Marco Antônio, uma história tão marcante que desperta a curiosidade de várias pessoas até os dias atuais.

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