Talvez você não saiba, mas os antigos egípcios realmente gostavam de valorizar a cerveja e costumavam usá-la não apenas para embriagar-se, mas sim como remédio e até mesmo como moeda de pagamento. De fato, a cerveja era de grande importância na antiga sociedade egípcia e sua existência deu às mulheres uma oportunidade de ganhar dinheiro extra. Há também evidências de que a cerveja desempenhou um papel decisivo até durante a construção das pirâmides!
O início de tudo
A primeira evidência registrada da existência de algum tipo de cerveja vem de 7.000 anos atrás no Irã moderno. Os antigos egípcios, no entanto, foram os primeiros a aperfeiçoar o processo de fermentação para deixar a bebida mais suave e com uma cor mais clara, sendo considerada por muitos como a primeira cerveja “adequada” da história. Os antigos egípcios acreditavam que o deus Osíris lhes dera o conhecimento para produzir a cerveja, de modo que a bebida se tornou um objeto que chegou a ser bastante usado em cultos religiosos.
O amor dos egípcios pela “breja”
No entanto, obviamente, as cervejas também eram naturalmente usadas para festejar. Elas eram classificadas de acordo com o seu teor alcoólico e sabor, com a cerveja média tendo um teor de álcool de 3-4%, enquanto a cerveja usada em festas religiosas ou cerimônias especiais apresentava um teor alcoólico maior e era considerada de “melhor qualidade”. Durante os festivais de Bast, os povos de Sekhmet e Hathor ficavam muito bêbados. Beber cerveja fazia parte da adoração dessas deusas egípcias e oferecê-la aos deuses também era comum no Antigo Egito. Os egípcios amavam tanto a cerveja que havia até mesmo um festival inteiro dedicado a isso, cujo nome significava algo como “Festival da Embriaguez”.
Remédio e forma de pagamento
Curiosamente, cervejas também eram usadas como pagamento de mão de obra. Há evidências de que alguns trabalhadores chegaram a receber cerveja como parte de seu salário diário. Além disso, essa bebida era usada como remédio, onde se dizia tratar doenças do estômago, tosse e constipação. De fato, arqueólogos chegaram a encontrar mais de 100 receitas medicinais do Antigo Egito usando cerveja como ingrediente. Vale destacar que é geralmente aceito pelos historiadores que a cerveja era muito mais segura para beber do que as próprias águas de fontes duvidosas da época, o que fazia com que ela se tornasse parte da dieta diária dos povos de classes mais baixas. Para se ter uma ideia, existiam cervejas de baixo teor alcoólico que eram consumidas durante todo o dia, já que tinham um alto valor nutricional e um sabor adocicado.
Processo de fabricação visionário
Embora os processos de fabricação de cervejas tenham permanecido relativamente os mesmos ao longo dos séculos, as receitas mudaram um pouco. No antigo Egito, eles ainda não haviam descoberto lúpulo e por isso a bebida era feita ao mergulhar pães cozidos em água, colocando-os posteriormente em frascos aquecidos para iniciar o processo de fermentação. Outras receitas incluíam cevada e trigo que também eram deixados para fermentar em jarras aquecidas. Os antigos egípcios adicionavam tâmaras e ervas para acrescentar doçura e profundidade ao sabor. Também havia uma hierarquia quando se tratava de qual cerveja estava disponível para beber. Dessa forma, a monarquia recebia a melhor disponível, enquanto os outros eram livres para preparar a sua própria bebida, poupando as mais fortes para se embebedarem em festas especiais. O curioso disso tudo é que o processo original de deixar os grãos fermentarem na água é tão simples e tão eficaz que as cervejarias de hoje utilizam métodos semelhantes, apesar de todas as tecnologias do mundo moderno.
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