Se você for parar para imaginar uma sala de aula bem tradicional, talvez possa lembrar daquelas onde o professor escreve no quadro negro. No entanto, muito provavelmente você já deve ter percebido que o tal “quadro negro”, mais presente em muitas salas de aula no passado, na verdade apresenta uma cor verde. Então, por que toda essa confusão? Não seria melhor chamar o quadro negro de “quadro verde” ou algo do tipo?

Na verdade, toda essa confusão se dá pelo fato de que originalmente os quadros negros eram realmente pretos. Antes da existência de lousas do tamanho de uma parede, os estudantes do final do século XVIII usavam suas próprias mini-pranchas feitas de madeira ou de uma rocha chamada ardósia, de acordo com os registros da Universidade Concórdia, no Canadá. Essas primeiras lousas eram totalmente pretas e abriram caminho para a produção de quadros cada vez maiores.

por que o quadro negro e verde 1

Os enormes quadros negros do tamanho de uma parede só chegariam em 1800, quando um diretor escocês chamado James Pillans queria que seus alunos fizessem mapas, de acordo com um trecho do livro “Blackboard: A Personal History of the Classroom”. Como os alunos não conseguiam encaixar os mapas que seus professores queriam em suas minúsculas pranchetas, Pillans juntou várias dessas pequenas lousas para criar um quadro grande o suficiente para resolver o problema. A partir daí, a ideia se espalhou rapidamente, fazendo com que os professores pudessem finalmente mostrar tudo o que queriam para toda a turma de uma só vez. Em 1815, as lousas de escrita passaram a ser comuns o suficiente para ganhar seu próprio nome: quadro negro.

A mudança de cor definitiva veio na década de 1960, quando as empresas fabricantes das lousas passaram a utilizar um revestimento com esmalte à base de porcelana verde, em vez da tradicional tonalidade escura. O novo material era mais leve e menos frágil do que os primeiros quadros negros, por isso eram mais baratos de transportar e mais propensos a sobreviver à longos trajetos durante o transporte. Nem mesmo os professores reclamaram da mudança, já que as novas lousas tornavam o pó do giz mais fácil de ser apagado completamente e o esmalte verde era mais agradável de se olhar. Naquele momento, as pessoas ainda continuaram a usar a palavra “quadro negro” que já estava popularizada nas escolas de todo o mundo, ainda que o verde fosse a “cor do momento”.

Vale destacar que já não é muito comum ver quadros negros nas salas de aula modernas. Atualmente, a maioria das escolas usa quadros brancos e muitas instituições de ensino já contam até com Smart Boards que permitem que eles escrevam em uma tela de computador projetada. Dessa forma, os quadros de giz tendem a desaparecer cada vez mais.

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