Quando assistimos a filmes como “Jurassic Park”, “Indiana Jones” ou “A Múmia”, o estudo da arqueologia parece ser algo incrivelmente excitante, afinal há tiroteios, conspirações nazistas e até criaturas voltando do mundo dos mortos. No entanto, na vida real, a arqueologia pode ser considerada uma profissão bem mais “chata”, embora seja extremamente importante.

Imagine o tamanho da Terra e quantas extensões vastas de terrenos ainda existem para serem exploradas. Olhando assim as chances de realmente encontrar alguma coisa interessante parecem ser bem pequenas, não é mesmo? Encontrar o local exato para desenterrar um fóssil de dinossauro parece quase impossível, certo? Mesmo assim, quando alguns arqueólogos de renome mundial descobrem um novo local de escavação, eles quase sempre encontram algo que muda o mundo como o conhecemos.

Então, como eles conseguem descobrir esses locais cheios de testemunhos e evidências de atividades do passado histórico? Existe algum tipo de “pá da sorte” utilizada por esses profissionais?

Entendendo a arte de escavar

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Para muitas pessoas, a arqueologia ainda é um campo de estudo bastante misterioso, já que a capacidade de analisar e determinar a localização de locais históricos significativos parece ser o trabalho de verdadeiros “profetas”. No entanto, existem algumas certas técnicas que são usadas há séculos para identificar os lugares mais propícios para enterrar uma pá e começar a explorar.

Essas técnicas variam das mais simplistas às altamente técnicas, mas todas elas desempenham um papel significativo na disciplina de arqueologia. No nível mais básico, existe o levantamento e a investigação de histórias locais, documentos, mapas e artefatos, enquanto no extremo oposto, os arqueólogos podem se dar o luxo de usar equipamentos como radares de penetração no solo, detectores de metais e até mesmo aparelhos de magnetometria.

No final das contas, todas essas ferramentas e técnicas são usadas em conjunto no campo da arqueologia para determinar quais são os melhores locais para iniciar uma investigação. Mas é preciso usar os equipamentos e métodos corretos! Por exemplo, as radares de penetração no solo costumam ser inúteis sem uma área restrita para pesquisa, enquanto as dicas transmitidas por gerações seriam totalmente infrutíferas se não fosse pelas ferramentas avançadas que economizam tempo e proporcionam resultados. Por isso, antes da primeira escavação, sempre é realizado um longo estudo da área a ser pesquisada.

Uma questão de compreender o passado

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A nossa espécie pode ter muitos defeitos e pontos negativos, mas uma coisa que nós fazemos notavelmente bem é manter registros. Com uma documentação disponível sobre topografia e assentamentos históricos, os arqueólogos da era moderna podem ler esses textos (novos ou antigos) para determinar onde um bom sítio arqueológico pode ser encontrado.

Por exemplo, se há um pedaço elevado de terra rochosa que provavelmente permaneceu inalterado por dezenas de milhares de anos e caso esse local estiver localizado perto de um corpo de água, é possível sugerir que um grupo de pessoas pode ter vivido por lá em algum momento na história. Ao estudar as complexidades da terra existente, os arqueólogos podem muitas vezes fazer projeções sobe como a área teria parecido há centenas ou milhares de anos, e assim, determinar (ou adivinhar) como esse tal assentamento funcionava no seu auge.

A elevação e as fontes de água são alguns dos melhores indicadores, pois o terreno elevado sugere uma posição defensiva, enquanto uma fonte de água é uma parte crucial de uma sociedade economicamente viável e agricolamente desenvolvida. Uma vez que um arqueólogo identifica essas pistas através de todo um contexto topográfico, uma decisão concreta de onde iniciar as escavações pode ser feita.

Pesquisas e mais pesquisas

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Por definição, uma pesquisa no ramo da arqueologia consiste em verificar uma determinada área que acredita-se ser valiosa ou de relevância histórica com base em registros de terra, rumores locais ou, em alguns casos, muita sorte. Em algumas circunstâncias, os sítios arqueológicos são desenterrados por equipes de construção, montanhistas, fazendeiros ou até mesmo pilotos que localizam estranhas formações quando estão em pleno ar.

Nesse ponto, os arqueólogos viajam para a área reportada e realizam uma pesquisa de campo. Este processo pode diferir de uma equipe arqueológica para outra, mas quase sempre consiste em uma série de escavações de teste. Uma escavação de teste também pode ser realizada de várias formas, incluindo um número de furos quadrados cavados na região para recuperar artefatos, trincheiras rasas cavadas em uma determinada área para o mesmo propósito ou abordagens mais profundas e verticais quando se acredita que o local seja muito mais subterrâneo.

Essas pesquisas geralmente incluem uma boa dose de adivinhação, embora seja importante evitar qualquer tipo de suposição com base em dados históricos incorretos ou não verificados. Ou seja, é tudo uma questão de filtrar a busca através de dados, informações e lógica, mantendo os olhos bem abertos para evitar possíveis erros históricos.

O grande auxílio da tecnologia

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Se o arqueólogo não sabe exatamente onde precisa cavar, nem o que vai encontrar, as técnicas de sensoriamento remoto podem ser de grande ajuda. A geofísica é um ramo emergente da arqueologia que usa várias ferramentas para olhar abaixo da superfície da Terra para fazer uma estimativa melhor de onde cavar. O radar de penetração no solo (GPR) e a magnetometria são as duas formas mais comuns de tais métodos de escavação de alta tecnologia.

O radar de penetração no solo, como o nome indica, é semelhante ao radar que usamos no ar, exceto pelo fato de que ele é apontado para o chão, obviamente. Quando essas ondas de radar penetram o solo, elas refletem as irregularidades abaixo do solo. Felizmente, esse tipo de radar não é invasivo, o que significa que ele não muda o caráter do solo. Vale destacar que é preciso muito cuidado em um local de importância histórica para não alterar quaisquer vestígios, sendo que esse tipo de técnica ajuda a garantir que problemas desse tipo ocorram.

A magnetometria mede as leituras magnéticas sob o solo, de uma maneira similar ao radar de penetração no solo. No entanto, esse tipo de detecção baseada em ímã tem algumas limitações já constatadas, como o funcionamento em áreas mais modernizadas. Nesses casos,embora possa haver algo abaixo da superfície, seria difícil fazer uma distinção entre isso e todo o metal na área ao seu redor.

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