Lembra da última vez que você estava ansioso para contar ao seu melhor amigo alguma coisa que você viu enquanto caminhava pela cidade? Pois bem, quando você pensa sobre isso, percebe que é extremamente fácil para os humanos se comunicarem. Temos telefones para enviar mensagens de texto ou ligar para nossos amigos, computadores nos quais podemos usar o Skype ou simplesmente podemos nos encontrar pessoalmente e ter uma boa conversa.

Ou seja, o processo de comunicação entre humanos é extremamente simples! No entanto, será que a mesma coisa pode ser dita para outras criaturas, como os peixes? É tão fácil para eles se comunicarem? Ou melhor, será que eles podem se comunicar?

Bem, assim como nós, seres humanos, os peixes também podem se comunicar uns com os outros, mas o que é mais interessante é que eles fazem isso usando sons, cheiros, colorações, movimentos, bioluminescência e até mesmo impulsos elétricos.

A engenhosa comunicação pelo som

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Como você já deve saber, o som viaja mais devagar que a luz, mas o som pode viajar mais longe nas condições certas. A luz viaja apenas uma curta distância antes de ser espalhada ou absorvida debaixo d’água. Em áreas mais profundas, é ainda mais difícil ver a luz, limitando ainda mais a visão de muitos animais marinhos. Por outro lado, o som viaja distâncias muito maiores debaixo d’água. Ecos fortes emitidos por diferentes animais estão quase sempre presentes debaixo d’água, pois muito pouco ruído é perdido.

Por conta disso, vários tipos de sons distintos são geralmente usados pelos peixes para se comunicar. A maioria desses sons é inaudível para os seres humanos e é usada durante situações como desova, reprodução e até mesmo em casos de luta pela sobrevivência. Alguns tipos de sons também podem ser usados para navegar de um lugar para outro e para identificar a presença de predadores e presas.

Por exemplo, as espécies Petrocephalus ballayi e Pollimyrus isidori emitem sons com frequências abaixo de 1 kHz durante interações agressivas com outros animais. Já os peixes-sapo produzem “chamadas de namoro” para atrair parceiras em potencial após a construção de um ninho adequado para a reprodução da espécie. Já os peixes do tipo castanheta, por outro lado, usam o som para proteger seus territórios dos predadores. Desse modo, sempre que esses peixes sentem a presença de um intruso, eles produzem sons espontaneamente.

Em muitos peixes, a bexiga natatória é o órgão responsável pela produção de som. Na prática, o músculo sônico, que está ligado à bexiga natatória, contrai e relaxa sequencialmente. Consequentemente, isso faz a bexiga natatória vibrar, o que por sua vez produz som. Da mesma forma, o som também é produzido quando partes mais duras do corpo do animal (como dentes e ossos) batem umas nas outras.

O papel do cheiro na comunicação dos peixes

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Ainda não sabemos muito sobre como os peixes se comunicam através do cheiro, no entanto, um estudo recente relatou que certos peixes ciclídeos usam a urina como um meio para enviar sinais químicos para rivais. Na prática, estes peixes urinam exclusivamente para transmitir sua “mensagem perfumada”.

Além disso, sabe-se que os peixes-zebra femininos secretam feromônios que funcionam como moléculas de sinalização sexual e social. Por outro lado, os peixes-zebra masculinos usam o olfato para nadar em direção às fêmeas que secretam esses feromônios em busca da reprodução.

A comunicação pela cor e bioluminescência

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Esta é definitivamente a forma mais desenvolvida de comunicação em peixes. Basicamente, muitos peixes são capazes de clarear ou escurecer a pele, enquanto outros podem brilhar ou até mudar de cor para imitar outras criaturas marítimas. Cores brilhantes também são usadas por peixes que não são excelentes nadadores para tentar manter os seus predadores à distância.

Em outras palavras, estes peixes usam a cor como um sinal de alerta para os predadores. Por exemplo, as garoupas são largamente conhecidas por alterar suas cores para comunicar aos seus possíveis agressores que estão dispostas a revidar caso sejam atacadas.

No entanto, o que mais chama a atenção é que alguns peixes que vivem em águas profundas geram luz de seus órgãos através de uma reação química. Como é difícil enxergar nas partes profundas dos oceanos do mundo, a bioluminescência ajuda no reconhecimento e na comunicação com outras criaturas que são igualmente difíceis de ver.

Muitos desses animais usam órgãos conhecidos como “fotóforos” para emitir uma luz que aparece como pontos luminosos em seus corpos. Por exemplo, os fotóforos estão presentes ao longo da barriga dos peixes da família Myctophidae. Alguns desses peixes também contam com fotóforos nas laterais do corpo, que por sua vez podem ser usados para ajudar a identificar indivíduos diferentes ou para manter uma comunicação interespecífica.

Impulsos elétricos

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Também vale destacar que alguns peixes contam com órgãos elétricos que lhes permitem transmitir impulsos elétricos. Esses impulsos geralmente são direcionados aos predadores, alertando-os para “ficar longe”. Os poraquês, por exemplo, contam com três órgãos especializados que criam cargas elétricas fortes e fracas que podem ser usadas para caça, navegação, defesa e até mesmo para a comunicação.

Quando se trata da comunicação, os poraquês usam baixas descargas elétricas geradas em pulsos curtos. Assim, esses animais podem detectar e identificar esses sinais debaixo d’água e podem coletar informações sobre outros peixes nas proximidades. Ou seja, ao fazer o uso de sinais elétricos, eles podem transmitir informações sem grandes problemas.

Uma palavra final

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Com tudo o que foi visto ao longo desse artigo, podemos concluir que, enquanto os humanos podem se comunicar de várias maneiras, os peixes também podem fazer isso e muitas vezes podem apresentar maneiras ainda mais inovadoras!

As maneiras mais comuns de conseguir tal feito são através do som, cor, bioluminescência, movimento, impulsos elétricos e cheiro. Essas formas de comunicação são geralmente usadas para ajudar essas criaturas a navegar, procriar ou até mesmo para afastar os predadores.

Animais muito interessantes, não é mesmo? Compartilhe o post e deixe o seu comentário!