Se você prestar bastante atenção em algum vídeo de uma erupção vulcânica, há uma boa chance de você notar um ou mais raios aparecendo dentro ou ao redor das nuvens de cinzas provenientes da erupção. Consequentemente, essas imagens podem fazer muita gente pensar no seguinte: por que raios surgem durante uma erupção vulcânica? Um vulcão é poderoso o suficiente para causar uma tempestade de raios?

Pois é, por incrível que pareça, a ocorrência de tempestades de raios em vulcões é algo absolutamente normal, embora seja um tanto raro. Acredita-se que os raios vulcânicos sejam causados pela interação de partículas carregadas presentes na nuvem de cinzas geradas pela erupção.

No entanto, antes de mergulharmos na causa por trás desse fenômeno belo e misterioso, devemos abordar alguns princípios básicos primeiro, como os fatores que levam à ocorrência de raios e por que os vulcões são ambientes propícios para isso.

O que causa um raio?

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Um raio é essencialmente uma corrente elétrica com uma magnitude imensa. Assim como no caso da eletricidade que fornece energia aos seus eletrodomésticos, a corrente elétrica é criada através do movimento de partículas microscópicas carregadas. Da mesma forma, os raios também são causados pela interação dessas partículas carregadas, porém isso só se torna possível através da atividade de alguns fatores no ambiente e no clima.

Primeiramente, o ar perto do chão deve estar quente, o que o faz subir. À medida que o ar quente sobe, o vapor tende a se esfriar e formar uma nuvem. Esse é um processo permanente, ou seja, o ar quente continua subindo e as nuvens continuam aumentando. No entanto, a temperatura no topo dessas nuvens não é particularmente alta, muito pelo contrário, costuma ficar muito frio lá em cima! Na prática, isso reduz a temperatura do vapor de água abaixo do ponto de congelamento, fazendo com que ele se transforme em gelo.

O “problema” é que esses minúsculos cristais de gelo se chocam perpetuamente enquanto se movem, o que cria uma carga elétrica. Partículas mais leves e com carga positiva sobem para o topo da nuvem, enquanto partículas mais pesadas com carga negativa se dirigem ao fundo. Desse modo, quando a nuvem cresce o suficiente e as gotículas de água quente que sobem encontram o gelo que desce do topo, essas partículas carregadas de maneira oposta interagem e dão origem ao raio como conhecemos.

Obviamente, a explicação mais completa de todo o processo da ocorrência de raios envolve muitos detalhes técnicos e mais específicos, mas para o escopo deste artigo, esse entendimento básico de como surge um raio já será suficiente.

Onde costuma ocorrer o surgimento de raios?

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Normalmente, os raios costumam ocorrer no alto do céu, mais especificamente entre nuvens ou dentro de uma nuvem. Essas descargas ocorrem o tempo todo e, como você deve ter adivinhado, geralmente não costumamos ficar preocupados com elas. Na prática, o que realmente nos assusta é quando o raio atinge o chão.

Como mencionado anteriormente, as partículas com carga negativa ficam no fundo das nuvens que se movem sobre o solo. A questão é que, às vezes, essas nuvens atraem partículas carregadas positivamente do próprio solo. Essas partículas carregadas positivamente geralmente sobem de objetos altos como torres, arranha-céus e até árvores para encontrar a “escalada” de partículas carregadas negativamente que descem das nuvens.

Agora que você entende como ocorrem os raios (especialmente o raio causado pela interação com o solo), podemos finalmente entender como funcionam os chamados “raios vulcânicos”. Você vai ver que, embora soe estranho, isso não é muito diferente do que ocorre com os raios “comuns”.

Como os vulcões podem causar raios?

Antes de tudo, deve-se notar que os cientistas ainda precisam determinar a causa exata dos raios vulcânicos, pois as erupções vulcânicas são pouco frequentes e suas localizações são muito remotas para os pesquisadores fazerem observações abrangentes. Além disso, as densas nuvens de fumaça que são liberadas após uma erupção vulcânica obscurecem a maioria dos relâmpagos, dificultando ainda mais a detecção de raios. Ainda assim, existem algumas hipóteses lógicas que explicam esses fenômenos raros e remotos.

Em termos básicos, os raios vulcânicos podem ser divididos em duas fases. A primeira é a fase eruptiva, representada por um raio que se forma instantaneamente após a erupção. Acredita-se que isso seja causado pela interação das partículas carregadas positivamente ejetadas do vulcão com as partículas negativamente carregadas que costumam ficar presentes na região do fundo das nuvens.

A outra fase é o “relâmpago de plumas”, que é visto como o relâmpago formado nas plumas de cinzas dos vulcões em locais a favor do vento da cratera. É exatamente dessa fase do raio que ainda temos um menor conhecimento, embora os pesquisadores acreditem que a própria pluma pode abrigar algum tipo de processo de carregamento que carrega as partículas dentro dela e que depois interage com as partículas pesadas negativamente carregadas no fundo das nuvens.

Uma palavra final

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Para resumir, é justo dizer que ainda não foi possível entender completamente a formação de raios vulcânicos. No entanto, a hipótese mais aceita pela comunidade científica é que eles devem ser causados pelas partículas carregadas presentes nas nuvens de cinzas à medida que elas se movem pela atmosfera. Desse modo, as partículas carregadas positivamente que são ejetadas do vulcão se encontram com as partículas carregadas negativamente provenientes do ambiente ao redor, causando todo esse espetáculo bastante peculiar.

Também vale destacar que o magma, o predecessor subterrâneo da lava, pode se formar de várias maneiras. Bolsões de magma existem nas profundezas do manto da Terra, originando-se tão profundamente quanto o núcleo externo líquido da Terra, mas que também são criados a partir da crosta que desliza sobre o topo do manto.

De qualquer modo, o fato é que quando as rochas líquidas e aquecidas a milhares de graus sobem até a crosta, elas podem entrar em erupção na superfície em alguns pontos. Quando isso acontece, não apenas a lava surge, mas ela é frequentemente acompanhada de grandes quantidades de fuligem e cinza. Assim, se todos os fatores contribuírem para a receita correta, um raio também surgirá a partir desse evento natural.

E você, já tinha ouvido falar nas tempestades de raios que ocorrem em vulcões? Compartilhe o post e deixe o seu comentário!