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Localizado há 10 km do centro da cidade de Bandeirantes, no Paraná, o Hotel Yara foi construído em 1950. Possuía capacidade para 200 hospedes e era um verdadeiro complexo de luxo com cassino, piscina termal e até mesmo uma pista de pouso para pequenos aviões. Sua arquitetura era imponente, podia-se sentir o luxo só de olhar para ele.

Tudo começou em 1930 quando Domingos Regalmuto ficou rico com serrarias em São Paulo. Foi então que percebeu a oportunidade de sua vida quando, ao buscar por madeira de lei, adorou o lugar e comprou cerca de 1200 hectares de terras. Então, certo dia ao andar pela fazenda, Domingos encontrou uma grande área repleta de água que possuía um cheiro muito característico. Seu sabor também era diferente, então decidiu fazer um teste laboratorial. Então, em julho de 1942 o Laboratório Geral do Departamento de Saúde do Estado do Paraná declarou que aquela água era mineral e possuía propriedades medicinais e terapêuticas.

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Imediatamente o empresário mandou construir um poço com mais de 100 metros de profundidade que jorrava água pura e cristalina. Assim, criou a marca Água Mineral Yara – A Deusa das Águas e vendeu muitas garrafinhas com o slogan ‘Beba Água Yara, Beba Saúde’. Porém ele não parou por ai, logo dividiu seu terreno em inúmeros lotes para que as pessoas pudessem comprar e, assim, construir a cidade Yara. Até mesmo uma Igreja foi construída, seu nome era Capela São Domingos e foi inaugurada em 1º de setembro de 1954.

Ele também empreendeu no setor hoteleiro, construindo um grande complexo de águas termais onde ficava localizado seu majestoso hotel. Lá haviam quartos extremamente confortáveis e uma imensa piscina de água morna e mineral direto da fonte. Mesmo que não possuía dinheiro para se hospedar no Hotel Yara podia acampar ou dormir em seu carro, assim aproveitando as propriedades medicinais daquela água tão pura. No verão, a região ficava extremamente lotada, todos queriam ver a magia do lugar.

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Seu cassino também fazia sucesso, porém diferente do que estamos acostumados, eram os bois as estrelas da noite, sendo apostados constantemente nas mesas de poker. Alguns chegavam a perder, ou ganhar, de 100 a 150 cabeças do gado por noite, o que era muito para a época. Tudo ia muito bem, Domingos estava muito feliz com seu empreendimento até que aos 80 anos, descobriu uma trombose que o levou a amputar suas duas pernas. Para um homem forte, rico e independente, não poder se locomover foi o fim, assim o levando ao suicídio.

Então, tudo foi passado para seu único herdeiro chamado Paulo Regalmuto que não conseguiu levar o negócio com a mesma energia. Porém, mesmo que conseguisse, de nada adiantaria já que o jovem faleceu 2 anos após seu pai em um acidente de carro. Foi quando sua mãe Sra. Katerine Erdely herdou tudo e decidiu que iria vender. Foi Paschoal D’Andrea quem comprou o empreendimento e legalizou todos os lotes, ele via grande potencial na região e começou a construiu um asfalto que levaria até o ‘Hotel Yara’. Porém, a maldição também o pegou, ele adoeceu e acabou falecendo. Seus filhos permutaram a região por outra fazenda na cidade de Cornélio Procópio e assim começou o declínio daquela linda propriedade.

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Foi em 1980 que o empreendimento faliu, sem investimentos ou novidades, o hotel acabou sendo abandonado e está se tornando uma grande e monumental ruina. A piscina é a única parte de tudo que ainda resiste ao tempo, sendo alimentada pelo chafariz original.

Após, um grande empresário chamado Sueo Matsubara comprou em 2001 todas as terras e prometeu relançar o empreendimento com capital estrangeiro, porém nada saiu como o planejado e ele acabou vendendo tudo novamente. Os compradores foram Rafaela e Cláudio Delgado que hoje brigam judicialmente pela escritura do local. Eles já possuem até mesmo plano diretor e grandes projetos de arquitetura, porém tudo está parado graças às dividas adquiridas ao longo dos anos.

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Agora, vamos falar de mistério e maldições. Dizem que Domingos, o primeiro proprietário deste império, fez um pacto com o demônio onde vendeu sua alma em troca do sucesso de seu empreendimento. Segundo esta lenda, Domingos seria levado ao inferno assim que o hotel chegasse ao seu auge, porém neste momento o empresário implorou por sua vida. Então, o demônio lhe propôs outra promessa: Lhe libertaria do pacto caso corresse sob certas condições até a beira da piscina. Então, enquanto Domingos corria, o demônio lhe arrancava partes do corpo começando pelas pernas até que lhe sobrou apenas a cabeça que rolou para dentro das águas.

Dizem que é o demônio o culpado pela maldição que possui em suas terras, levando a morte todo ou qualquer um que tenta fazer com que aquele lugar volte a seus tempos de glória. Além disso, vários acontecimentos paranormais foram relatados. Dizem os moradores que havia uma noiva de branco que ficava em frente a Capela São Domingos caminhando lentamente em direção ao altar. Dizem que esta era uma noiva que foi assassinada na região durante a década de 50, logo sua alma teria ficado presa ao local. Outros dizem que é possível ouvir passos, janelas e portas batendo sem motivos aparentes além de vozes assustadoras.

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