Durante mais de quarenta anos, um farol operava sobre uma grande península em forma de bigorna que se projetava no mar da Tasmânia, perto da baía de Jervis, no sul da Austrália. Só que nesse tempo, esse farol conseguiu se destacar entre todos os outros de uma forma totalmente negativa, pois ele ficava localizado em um lugar onde não deveria estar e acabou causando grandes destruições ao atrair navios diretamente para as rochas que ele supostamente deveria ajudar a evitar.

Para entender como uma bizarrice desse nível chegou a acontecer, é preciso saber que as falésias ao redor do Cabo St George causavam constantes naufrágios. Por causa disso, em meados do século XIX, as autoridades governamentais decidiram que seria necessária a construção de um farol para promover a segurança da navegação costeira.

a historia do farol que destruiu mais navios do que salvou 1

O início da construção do farol.

Em 1857, o Arquiteto Alexander Dawson e seu inspetor assistente EF Millington começaram a procurar um local adequado para a construção do farol no Cabo St George. Infelizmente, Dawson estava mais interessado na facilidade da construção do que na ajuda os navegadores. Quando o órgão controlador foi verificar a localização que Dawson havia escolhido, eles descobriram que o lugar não apresentava a visibilidade necessária para uma boa navegação nos arredores. Eles também descobriram que o mapa preparado por Millington e Dawson tinha discrepâncias tão grandes que seria até impossível saber se realmente existia alguma posição marcada no mapa. O conselho também suspeitava que Dawson escolheu o local simplesmente porque ele ficava perto de uma pedreira, o que facilitaria na obtenção de pedras para a construção.

Apesar das deficiências evidentes na fase de planejamento e de todas as discordâncias entre os membros do conselho, o presidente do órgão controlador autorizou a construção do farol por razões até hoje desconhecidas. Nas quatro décadas seguintes, o farol de planejamento duvidoso e que não era totalmente visível nem do norte da baía de Jervis e nem do sul, foi responsável por mais de 20 naufrágios! Só no ano de 1899 o farol viria a ser substituído por um ponto de luz perpendicular que foi instalado em um local muito mais adequado.

Problema resolvido, certo? Que nada! Mesmo após sua desativação, o farol continuou a causar problemas de navegação, especialmente nas noites de lua cheia, quando a sua torre feita de arenito dourado brilhava no escuro. Por isso, na virada do século, a torre foi transformada em escombros para evitar mais desastres.

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O que sobrou do farol.

É importante destacar que a maldição do farol de Cape St George não causou problemas só para os navios, mas também para os próprios guardiões do farol. Uma série de tragédias parecia perseguir constantemente quem morava lá. Um faroleiro chegou a morrer afogado enquanto pescava e outro veio a óbito quando levou um coice de cavalo na cabeça. No entanto, o incidente mais famoso envolveu duas adolescentes que estavam “brincando” com uma arma carregada (sabe-se lá como), que acabou disparando e matando uma delas. Mas mesmo com todas essas histórias sinistras gravadas no seu passado, as ruínas do farol de Cape St George sobrevivem até hoje como um patrimônio histórico.

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